Carlos Alberto Camargo, comandante da PM entre 1997 e 1999, responde a três perguntas sobre a participação de PMs da ativa em manifestações políticas.
1. O PM pode participar do ato na Avenida Paulista?
Os policiais da reserva e os da ativa, que estiverem de folga e desarmados, têm de ter o direito de manifestar sua opinião. Se se pretende ter policiais que protejam e promovam a dignidade humana, é preciso respeitar a dignidade humana dos policiais.
2. Mas isso não pode levar a política a entrar no quartel, como no passado?
O fenômeno não era da corporação, mas da sociedade. A PM se profissionalizou. É impermeável à política partidária. Não permaneci (após 1999) no comando porque não quis me manifestar politicamente.
3. Como o sr. vê as manifestações do coronel Aleksander Lacerda, criticando o governador João Doria?
Como comandante eu faria uma sindicância sobre como isso afetou o comando dele. O Comando saberá tomar a decisão adequada. Há limite para tudo. O fato de defender que a dignidade humana do policial seja respeitada não significa um salvo-conduto para fazer o que quiser.