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Zema critica governo Lula após acidente com ônibus de torcedores do Corinthians; ministro rebate

Alexandre Silveira, de Minas e Energia, acusou governador mineiro de ‘politizar’ tragédia que deixou sete torcedores do time paulista mortos na madrugada do último domingo, 20

Foto do author Isabella Alonso Panho
Por Isabella Alonso Panho
Atualização:

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi parar nos assuntos mais comentados na rede social X (antigo Twitter) nesta terça-feira, 22, após criticar o governo federal ao falar sobre o acidente na BR-381 que matou sete torcedores do Corinthians na região metropolitana de Belo Horizonte. Zema afirmou que o episódio “acende o alerta da necessidade de melhorias nas rodovias federais” e cobrou providências do governo Lula. O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) acusou o governador de “politizar” a tragédia.

Na madrugada do último domingo, 20, um ônibus com 43 torcedores do Corinthians capotou em uma curva na BR-381, no trecho entre Brumadinho e Igarapé. Eles voltavam de uma partida da equipe contra o Cruzeiro, que aconteceu na noite de sábado, 19, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Sete pessoas morreram e 27 precisaram de atendimento médico. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) disse que o veículo não tinha autorização para transportar os torcedores.

Sete torcedores morreram no acidente, que aconteceu em uma rodovia federal dentro de Minas Gerais Foto: Corpo de Bombeiros/MG

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Zema foi duramente criticado nas redes por causa da declaração. Silveira classificou-a como uma “tentativa de politizar” a tragédia e chamou o governador de despreparado. “Isso apenas mostra a insensibilidade e o despreparo do governador para liderar mineiras e mineiros”, disse o chefe da pasta de Minas e Energia.

Silveira também defendeu a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. “O senhor sabe muito bem, que o Governo Federal não faz distinção de cores partidárias e quer trabalhar em união.”

Rivalidade

Não é o primeiro embate entre os dois. Silveira é filiado ao PSD e foi senador por Minas Gerais até o fim da última legislatura, em fevereiro deste ano. Ele rivaliza com Zema a preferência do eleitorado do Estado em uma possível disputa em 2026. O ministro é um dos cotados na disputa pelo governo ou mesmo pelo Senado. Neste último caso, poderia enfrentar Zema, que estará encerrando seu segundo mandato no Estado e tem o Senado ou a Presidência da República como opções.

Em junho, o ministro foi ao seu Estado de origem participar de uma entrega de viaturas na Academia de Polícia Militar, compromisso que ficou de fora da sua agenda oficial. Durante a cerimônia, que aconteceu em Belo Horizonte, ele disse que queria fazer “um pedido ao governador (para) que evite a polarização com o governo federal”. Zema rebateu falando que o Estado está sem recursos.

O governador mineiro concedeu uma entrevista ao Estadão no começo de agosto defendendo o protagonismo dos Estados do Sul e do Sudeste e a prevalência da direita. Na ocasião, Silveira disse que Zema “já subiu no palanque de pré-candidato para 2026″ e o chamou de derrotado, por Jair Bolsonaro (PL), que teve o apoio do governador, ter perdido as eleições presidenciais.

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Também no mês de junho, Zema autorizou uma reforma de R$ 41,2 milhões em rodovias estaduais, o que inclui as vias que levam até o “Rancho Zema” de propriedade de sua família. O trecho de 107 quilômetros da MG-428 começa no BR-262, em Araxá (MG), cidade natal do governador, e vai até a divisa com São Paulo.

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