Ato pós-morte de cão faz Carrefour Osasco fechar as portas

Manifestantes pedem justiça após cadela ser morta por segurança da loja

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Por Ana Paula Niederauer
Atualização:
O cachorro que vivia solto na loja do Carrefour teria sido envenenado e espancado até a morte por um segurança Foto: Reprodução/Facebook

SÃO PAULO - O Carrefour Osasco fechou as portas neste sábado, 8, por causa de uma manifestação agendada para o local, em repúdio pela morte da cadela "Manchinha" após ser agredida por um segurança da loja, no último dia 30. De acordo com o Carrefour, a área de vendas foi fechada às 14h, mas o estacionamento está liberado para os manifestantes. Ainda não há informações sobre a reabertura da loja após as manifestações.

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Em um ato convocado nas redes sociais, até às 15h deste sábado, mais de 12 mil pessoas haviam sinalizado que pretendem comparecer e 55 mil demonstraram interesse. O convite para o protesto pede às pessoas que durante o evento utilizem uma peça de roupa na cor preta, e levem balões, flores e velas, em sinal de luto contra a morte do animal.

Em nota o Carrefour informou que se reuniu com diversas ONGs e entidades que atuam com a causa animal, ouvindo suas solicitações e recomendações para a construção de iniciativas em prol da causa.

Dentre as ações anunciadas estão: a revisão dos procedimentos internos para lidar com animais abandonados no entorno das lojas; revisão dos treinamentos de colaboradores, parceiros e prestadores de serviço; ampliação das feiras de adoção de animais em todo o país; reaparelhamento do Centro de Controle de Zoonoses de Osasco (SP), para que possam desempenhar suas funções da melhor forma possível; criação do 'Carrefour Pet Day', a ser realizado anualmente no dia 28 de novembro, data da morte da cachorrinha, quando apoiará com recursos entidades de acolhimento e defesa animal. 

No texto, a companhia disse que seguirá em contato com essas entidades para o desenvolvimento de novas iniciativas em prol da causa animal. O Carrefour afirmou que a empresa está colaborando com as autoridades para que o caso seja elucidado o mais rápido possível e que não vão se eximir da responsabilidade.  Na quinta-feira, 6, o segurança acusado de agredir e causar a morte do cachorro confessou à polícia ter golpeado o animal com uma barra metálica, mas se disse arrependido. Em depoimento prestado na Delegacia do Meio Ambiente, ele afirmou que não percebeu que havia ferido o animal e só teria se dado conta quando viu o sangue no chão. Também disse ter buscado ajuda e ligado para o Centro de Zoonoses do seu celular pessoal.  O segurança foi indiciado pelo artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, por praticar abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. A pena prevista é de 3 meses a 1 ano de prisão, além de multa, que pode ser aumentada em até um terço por causa da morte. Ele vai responder em liberdade, porque o crime é considerado de baixo potencial ofensivo.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que o caso ainda é investigado. "Policiais analisam imagens de câmeras de segurança do local e colhem oitivas de testemunhas, como a veterinária do Centro de Zoonoses de Osasco, que atendeu o animal, e o segurança do estabelecimento, porém mais detalhes não podem ser passados para não atrapalhar as investigações."

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