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Histórias e curiosidades do jeito de viver nos condomínios de SP

Tins e bens e tais

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Por Angélica Arbex
Atualização:
 

Hoje, 30 de novembro, comemora-se o dia do Síndico no Brasil. E por conta disso, durante toda essa semana participei de vários debates sobre as motivações para alguém se tornar síndico, o papel do síndico, o que faz de alguém um síndico ótimo. E muito foi discutido... A agressividade doida da vida na cidade que se não rouba coisas materiais, rouba tempo, o tempo todo. As inovações que não param de chegar, necessárias, indispensáveis e ... angustiantes. Algoritmos, manutenções preditivas, inteligência artificial, controle de acesso das mais diversas formas. E ainda aquela velha e indissociável responsabilidade civil e criminal por tudo que acontece no condomínio.

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Pois é, do mesmo jeito que em uma manhã eu estava falando de algoritmos que incessantes vão dando pistas ao síndico onde encontrar oportunidades de economia; de tarde estava respondendo e se houver um acidente, uma morte no prédio, é o síndico que responde por isso, no limite, até com a sua liberdade? Quando a gente vai morar em condomínio, nunca pensa sobre isso. Sobre o claro papel do Síndico e de quão é fundamental que ele exerça bem esse papel para que tudo vá bem e a gente consiga ser mais feliz e estar mais seguro dentro de casa.

Nada mais justo então, que um dia para comemorar e ao comemorar poder falar disso! Mas então o que faz de alguém ser um síndico ótimo? Nem quero falar aqui das motivações que fazem um morador querer ser síndico, são inúmeras e a maioria delas de cunho pessoal. Mas já eleito, como faz para que aqueles 2 anos, que podem se tornar 10 ou mais valham a pena?

Imagino que os síndicos vivam a angústia dos executivos e médicos e de todo o mundo corporativo contemporâneo. Porque mente quem diz que não está angustiado com esse mundo que muda tão rápido. Quando entendemos o twitter, já tem um monte de gente produzindo conteúdo em podcast. Falamos com os robôs nos sites e de repente já começamos a receber anúncios no instagram  de uma escola pros filhos que foi só comentada no jantar de ontem(já aconteceu com vocês?). Planejamos a viagem pro Vale do Silício e já vem gente superespecialista de Israel. E a China? No último SXSW só se falou que a China vai dominar (já domina, né?) o mundo da tecnologia. E agora será que preciso aprender mandarim?

Voltando aos prédios e aos síndicos tenho descoberto com muitos deles (excepcionais) que fazem coisas absolutamente incríveis, que a grande diferença entre um síndico bom e um ótimo está na percepção que não se faz nada sozinho. Parece um conceito super velho, né? Comece a prestar a atenção no seu prédio. O síndico que já entendeu que seu papel é formar uma comunidade não só com o seu condomínio, mas também com o seu entorno está fazendo a diferença.

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Tornar o lugar que se vive melhor depende de muitos fatores e de muita gente. A capacidade de conviver, de trocar, de descobrir sem pré conceitos que construir esse jeito novo de viver na cidade, onde pessoas que não se escolheram aprendem a conviver bem juntas, faz a diferença entre um síndico bom e um ótimo.

O síndico não precisa entender de tecnologia, se o cara do 81 é fera nisso; nem de engenharia se tem 2 ou 3 engenheiros excelentes que moram no prédio do lado; nem de segurança se no conselho já tem gente pensando nisso, muito menos de todas as inovações existentes, se a sua administradora já faz isso e traz pra discussão com ele. O síndico ótimo precisa entender de gente. De como fazer toda essa gente que mora dentro e perto trabalhar bem junta. O síndico do nosso tempo é o maestro!

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