PUBLICIDADE

Bolsonaro veta uso obrigatório de máscaras em comércio, escolas e igrejas

Presidente diz que dispositivo de lei sancionada poderia configurar 'violação de domicílio', mas discussão no Congresso não tratou de uso em casa

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:
Correção:

Com mais de 1,5 milhão de casos confirmados e 62 mil mortes no País,o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tomou nova medida polêmica em relação ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Agora, ao sancionar lei aprovada no Congresso sobre o uso de máscaras, Bolsonaro vetou trechos que, na prática, desobrigam a utilização do equipamento em locais como igrejas, comércio e escolas. O argumento é de que o dispositivo do texto era muito abrangente e poderia configurar"violação de domicílio".

PUBLICIDADE

No Congresso, porém, a discussão do projeto não tratou do uso das máscaras dentro de casa. Além de transportes e estabelecimentos comerciais, a proposta menciona "demais locais fechados em que haja reunião de pessoas", sem especificar. O trecho vetado está inserido em artigo que trata da obrigação de máscaras em "espaços públicos e privados acessíveis ao público".

Desde o início da pandemia, Bolsonaro tem sido a crítico a medidas tomadas por governadores e prefeitos para evitar a propagação da doença, como o fechamento de shoppings, escolas e a redução da circulação de pessoas.Segundo especialistas e organismos de saúde do mundo todo, o distanciamento social é a forma mais eficaz de se evitar a contaminação pela doença.

Em novo veto, Bolsonaro desobrigou uso de máscaras em presídios. Foto: Adriano Machado/Reuters

O próprio presidente é resistente ao uso das máscaras e já apareceu diversas vezes em publico sem o equipamento, incluindo em agendas nas quais provocou aglomerações de pessoas.

O projeto foi aprovado no dia 9 de junho na Câmara e passa a valer a partir desta sexta-feira, 3. A sanção da nova lei, com os vetos feitos por Bolsonaro, foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União (DOU). O Congresso ainda pode derrubar estes vetos.

Bolsonaro também vetou dispositivos que tratava da punição para quem não use as máscaras. O argumento é de que o texto aprovado no Congresso não trazia"balizas" para a gradação destas sanções. "Acarretando em falta de clareza e não ensejando a perfeita compreensão da norma", diz a justificativa publicada no DOU.

Apesar da lei federal, Estados e municípios podem ter regras específicas mais rigorosas sobre o uso de máscaras e a aplicação de sanções para quem descumpri-la, como já ocorre em alguns lugares. Em São Paulo, o governador João Doria estabeleceu a multa em R$ 524,59.

Publicidade

Bolsonaro vetou ainda o dispositivo que obrigava órgãos e entidades públicas a fornecerem máscaras de proteção individual. Para o governo, "a medida institui obrigação ao Poder Executivo e cria despesa obrigatória ao Poder Público, sem que se tenha indicado a respectiva fonte de custeio", o que justifica o veto.

Correções

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto que torna o uso da máscara obrigatório no dia 9 de junho, e não julho. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.