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Pela 1ª vez mulher dá à luz a bebês após transplante do ovário

Dinamarquesa teve o tecido ovariano retirado durante um tratamento contra câncer, e restituído após a cura

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Por Reuters
Atualização:

Uma mulher recuperou a fertilidade e deu à luz dois bebês depois de receber um transplante de tecido do próprio ovário, na primeira vez em que esse tratamento altamente complexo resulta em duas gestações.

 

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Claus Yding Andersen, médico dinamarquês que tratou a mulher, disse que o caso demonstra a validade do método de armazenar o tecido ovariano em termos de preservação da fertilidade, o que segundo ele deveria ser mais usado para meninas e mulheres jovens que passam por tratamentos capazes de danificar seus ovários.

 

"Esta é a primeira vez no mundo que uma mulher teve dois filhos de gestações separadas como resultado do transplante de tecido ovariano congelado e descongelado", disse Anderesen, que relatou o caso na revista médica Human Reproduction.

 

A paciente, uma dinamarquesa chamada Stinne Holm Bergholdt, teve o tecido ovariano retirado durante um tratamento contra câncer, e restituído após a cura. Ela teve uma menina em fevereiro de 2007, após um tratamento de fertilização. Em 2008, descobriu que estava grávida naturalmente, e em setembro daquele ano gerou outra menina.

 

Em todo o mundo há nove casos registrados de nascimentos de bebês após a mãe receber o autotransplante de tecido ovariano previamente congelado. Três (inclusive as duas filhas de Bergholdt) nasceram na Dinamarca após o tratamento realizado por Andersen, professor de Fisiologia Reprodutiva Humana no Hospital Universitário de Copenhague.

 

Bergholdt foi diagnosticada com o chamado sarcoma de Ewing aos 27 anos de idade, em 2004. Antes da quimioterapia, parte do seu ovário direito foi retirada e congelada.

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O tratamento funcionou, mas, como esperado, os medicamentos causaram menopausa precoce. Em 2005, seis tiras do tecido ovariano foram transplantadas para o que havia restado do seu ovário direito, que voltou a funcionar. Após uma discreta estimulação ovariana, ela engravidou pela primeira vez.

 

Em janeiro de 2008, ela voltou à clínica de Andersen para mais um tratamento de fertilização, mas um exame mostrou que ela já estava grávida naturalmente. "Isso mostrou que as tiras ovarianas originais transplantadas continuaram a funcionar por mais de quatro anos, e que a sra. Bergholdt ainda tem a capacidade de conceber e dar à luz crianças saudáveis", disse Andersen.

 

Bergholdt, de 32 anos, disse que continua tendo ciclos menstruais normais, e que ela e o marido ainda não decidiram se querem ou não mais filhos. "As meninas ainda são muito pequenas e precisam de muita atenção, mas talvez em um par de anos possamos pensar novamente nisso."

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