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Conheça algumas das mais simbólicas estações da história de Paris - Parte II

ENTRE LIVROS - CLUNY LA SORBONNE, LINHA 10

Por Renata Reps
Atualização:

Mudando de linha de metrô, mas voltando para região central da cidade, segue-se até o quinto distrito. São os arredores da primeira universidade criada na capital francesa, a Sorbonne Paris 1. Alguns anos antes de o conhecido prédio do centro de ensino ser erguido, em 1257, o famoso Quartier Latin já levava esse nome por se tratar de uma área onde se estudava em latim.

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Foi um pouco mais perto do Rio Sena, no pátio da Igreja Saint Julien Le Pauvre (79 Rua Galande) que os primeiros clérigos começaram a ensinar filosofia e teologia a estudantes que passaram a vir de toda a Europa, transformando Paris em uma cidade de excelência para o estudo e a pesquisa. Eram as primeiras aglomerações universitárias a surgir no Velho Continente.

A Praça René Viviani, que fica logo atrás da igreja, é um pequeno jardim simpático e tranquilo que exibe a árvore mais antiga de Paris. A acácia foi plantada no ano de 1601 pelo jardineiro do rei Henrique IV, Jean Robin, e persiste imponente depois de quatro séculos de vida. O local é vizinho da conhecida livraria Shakespeare and Company (shakespeareandcompany.com), imortalizada pelos filmes Meia-Noite em Paris, de Woody Allen, e Antes do Pôr do Sol, de Richard Linklater. Especializada em literatura inglesa, tem como charme a decoração à moda antiga que entremeia as estantes. A programação cultural inclui rodas de leitura e discussão, lançamento de livros e workshops de leitura e escritura em língua inglesa.

Ali pertinho, caminhe até a Rua du Fuarre para encontrar o charmosíssimo restaurante e casa de chá La Fourmi Aillée (parisresto.com). Trata-se de uma antiga livraria que manteve suas prateleiras de obras originais e combinou-as a sofás e mesinhas de pedra para criar um ambiente alegre e requintado. No inverno, delicie-se com as sopas - a de peixe é uma delícia; já no verão, as saladas e quiches são o que mais vale a pena. Vegetarianos e carnívoros vão encontrar boas opções.

LEMBRANÇAS DE LUTÉCIA - JUSSIEU, LINHA 10 E 7

As ruínas de um lugar marcante para a história da cidade seguem como ponto de encontro para seus moradores. No século 1º, a recém-formada vila gaulo-romana erguia seu mais imponente monumento: o Anfiteatro, uma grande arquibancada a céu aberto para 17 mil pessoas. Lá, espetáculos de teatro e dança dividiam espaço com as batalhas entre gladiadores e animais.

Atualmente, o que sobrou da construção são as Arenas de Lutécia, passeio aberto ao público desde 1896. O grande banco de areia serve como campo de bocha - esporte muito apreciado na França - e as arquibancadas viraram uma grande área de piqueniques.

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Depois da visita, vá até a margem do Sena e conheça o Instituto do Mundo Árabe (imarabe.org), museu concebido para ser uma ponte entre o Oriente e o Ocidente. Local de homenagem a uma cultura tão presente na formação contemporânea da cidade, o instituto tem uma programação multicultural, com artes plásticas, cinema, música e dança. Enquanto as coleções permanentes ajudam a traçar a evolução da arte árabe, as mostras temporárias refletem o cenário atual. Até 8 de setembro, a exposição O Teorema de Nefertiti contesta as formas de apresentação da arte moderna e incita um olhar mais crítico do público.

Na direção oposta, caminhe até as Ruas Descartes e Mouffetard para descobrir o atual bairro estudante de Paris. Restaurantes, sorveterias, bares e pubs amontoam-se em uma das vias mais agitadas da capital - principalmente no happy hour, das 18 às 21 horas, quando as bebidas têm preços reduzidos. Para quem não quer perder os campeonatos de futebol, a parada certeira é o bar L'Antidote (lantidote-paris.com), com boa carta de cervejas e coquetéis. Se a fome bater, prove o crepe grego mais famoso da cidade, na Rua Mouffetard, 66: a farta iguaria de caviar de berinjela com queijo feta do Petit Grec é um dos destaques do cardápio e custa 5 euros.

MONTE DOS MÁRTIRES - BASILIQUE SAINT-DENIS, LINHA 13

Em meados do século 3, quando a cidade de Lutécia era parte do Império Romano, um jovem monge católico veio difundir a fé em Cristo para uma população politeísta e adepta da boemia e dos prazeres da carne. São Denis, considerado o primeiro bispo de Paris, começou a realizar missas em capelas clandestinas subterrâneas. Quando descoberto, teve a cabeça decapitada no monte mais alto da cidade - lugar em que vários tiveram o mesmo destino e que ficou conhecido depois como o Monte dos Mártires, ou Montmartre.

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Segundo a lenda, depois de morto, São Denis caminhou com a cabeça debaixo do braço por 6 quilômetros em um caminho que depois foi nomeado Rua des Martyrs - a Rua dos Mártires. Até que ele não mais teve forças e caiu: no lugar de sua queda foram erguidas as bases para o que se tornaria a Basílica de São Denis.

Situada na cidade homônima que fica na periferia ao norte de Paris, a igreja é de uma beleza gótica estonteante, principalmente em seu interior. Grandes vitrais em forma de rosáceas e uma ogiva que reforça a abóbada inundam o edifício de luzes coloridas. Mas o principal tesouro deste local de peregrinação está no subsolo: na cripta da igreja está enterrada boa parte dos reis que governaram o país. Mesmo que as reais ossadas tenham desaparecido durante a Revolução Francesa, os mausoléus desde os primeiros reis francos, passando pelos carolíngios, merovíngios, até a dinastia dos Bourbon, podem ser visitados nesta viagem pela história da França.

É também nesta estação de metrô que fica o Stade de France (stadefrance.com), estádio de futebol onde o Brasil jogou contra a França na fatídica final da Copa de 1998. Atualmente, nele realizam-se sobretudo amistosos ou outros tipos de eventos, como os grandes shows de bandas internacionais. Mesmo assim, é possível visitá-lo - inclusive os vestiários, tribunas e as margens do gramado. O bilhete de entrada vale 15 euros.

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