Revolução constitucionalista de 1932 nas páginas do Estadão

Maior conflito militar brasileiro no século 20, levante paulista contra governo de Getúlio Vargas, lembrado em 9 de julho, foi amplamente noticiado pelo jornal

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Foto do author Liz Batista
Foto do author Edmundo Leite
Por Liz Batista e Edmundo Leite
Atualização:


Páginas do Estadão publicadas durante a Revolução de 1932. Foto: Acervo Estadâo

Data cívica mais importante do Estado de São Paulo, 9 de julho celebra a memória da Revolução Constitucionalista de 1932, um levante armado dos paulistas contra o governo de Getúlio Vargas (1930-1945). Motivada pelos desfechos da Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas à Presidência e significou perda de poder e autonomia política para a elite de São Paulo, o levante Constitucionalista fez os paulistas pegarem em armas para defender a criação de uma nova Assembleia Constituinte, novas eleições e o fim do governo provisório.

O jornal na Revolução de 1932

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Um vasto conjunto documental sobre o conflito compõe a coleção do Acervo Estadão sobre a Revolução Constitucionalista de 1932. Fotografias, charges, cartazes, imagens em rotogravuras e uma vasta cobertura jornalística da época [O Estadão não só cobriu, mas participou ativamente do levante] integram esse material arquivado.

Uma parte deste conteúdo está aqui selecionado. Entre eles, dez capas com os primeiros dias da revolução e outras sobre o momento da rendição, em outubro. Numa delas, é possível ler o descontentamento do General Isidoro Dias Lopes com a capitulação decidida por outros líderes do movimento.

Clique nos links indicados e navegue por edições inteiras nas páginas do jornal da época que narram o dia a dia da revolução que marcou a história de São Paulo e do País.

Ex-libris

Numa ação voltada à arrecadação de fundos para os órfãos da revolução, o jornal organizou a venda e leilão de livros raros, publicações e autógrafos e produziu um Ex-Libris especial - criado pelo pintor e artista plástico José Wasth Rodrigues, para os colaboradores da campanha.

Ex-Libris é um tipo de selo ou etiqueta com desenhos e palavras que identifica a biblioteca à qual determinados livros pertencem. A expressão vem do latim e em português significa “dos livros de”. Neste caso, os Ex-Libris, numerados sequencialmente, identificariam uma biblioteca dispersa, mas com um propósito comum.

Ex-Libris criado para campanha de leilão de livros raros em pró da Revolução Constitucionalista de 1932. Foto: José Wasth Rodrigues

[Veja a galeria em outra janela]

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M.M.D.C.

A morte de cinco pessoas em 23 de maio durante uma manifestação contra os interventores se transformou no estopim da revolução. Quatro deles - Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Américo Camargo de Andrade - entrariam para a História como um dos símbolos do movimento com as letras iniciais de seus nomes: Miragaia, Martins, Drausio e Camargo.

9 de julho

O movimento constitucionalista deveria ser iniciado no dia 14 de julho, a data da Revolução Francesa, mas foi antecipado para o dia 9, por causa do risco de traição entre os conspiradores. Naquele 9 de julho, as forças paulistas lideradas pelo General Isidoro Dias Lopes tomaram o estado e iniciaram a marcha para o Rio de Janeiro.

Acreditava-se que Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul ajudariam enviando forças para retirar Getúlio Vargas do poder. Não aconteceu. Houve movimentos isolados no Rio Grande e no Mato Grosso facilmente destruídos. Em pouco tempo São Paulo, que planejava uma ofensiva rápida contra a capital, se viu cercado por numerosas tropas federais.

Armistício e rendição

Inferior em número e em recursos bélicos, os paulistas capitularam em 2 de outubro de 1932, após 84 dias de combates Calcula-se que cerca de mil vidas foram perdidas na batalha. Suas lideranças civis e militares foram expatriadas.

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Embora vencido militarmente, o levante paulista aumentou a pressão sobre o governo Vargas e importantes demandas do movimento foram concretizadas. Em 1933, Getúlio Vargas nomeou um paulista, Armando de Sales Oliveira, interventor de São Paulo. Em 1934 uma nova Constituição foi promulgada.

REVOLUÇÃO DE 32 NAS CAPAS DO JORNAL

> Estadão - 11/7/1932

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Estadão - 11/7/1932 Foto: Acervo Estadão

> Estadão - 12/7/1932

Estadão - 12/7/1932 Foto: Acervo Estadão

> Estadão - 13/7/1932

Estadão 13/7/1932 Foto: Acervo Estadão

> Estadão - 14/7/1932

Estadão - 14/7/1932 Foto: Acervo Estadão

> Estadão - 15/7/1932

Estadão - 15/7/1932 Foto: Acervo Estadão

> Estadão - 16/7/1932

Estadão - 16/7/1932 Foto: Acervo Estadão

> Estadão - 17/7/1932

Estadão - 17/7/1932 Foto: Acervo Estadão

> Estadão - 18/7/1932

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Estadão - 18/7/1932 Foto: Acervo/Estadão

> Estadão - 19/7/1932

Estadão - 19/7/1932 Foto: Acervo Estadão

> Estadão - 20/7/1932

Estadão - 20/7/1932 Foto: Acervo Estadão

> Estadão - 10/8/1932

Estadão - 10/8/1932 Foto: Acervo Estadão

> Estadão - 30/9/1932

Estadão - 30/9/1932 Foto: Acervo Estadão

> Estadão - 1/10/1932

Estadão - 1/10/1932 Foto: Acervo Estadão

> Estadão - 2/10/1932

Estadão - 2/10/1932 Foto: Acervo Estadão
Estadão - 2/10/1932 Foto: Acervo Estadão

SUPLEMENTO EM ROTOGRAVURA

Capa do Suplemento Rotogravura de 25/8/1932 comos retratos dos estudantes Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio de Camargo Andrade, os primeiros a morrer nos eventos da causa constitucionalista.  Foto: Acervo Estadão
Durante a Revolução de 1932, uma das capas (14/9/1932) foi o túnel na divisa entre São Paulo e Minas Gerais. 

FOTOS DA REVOLUÇÃO DE 1932

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