PUBLICIDADE

ATUALIZA 2-Vendas do varejo no Brasil sobem 0,2% em agosto--IBGE

PUBLICIDADE

Por RODRIGO VIGA GAIER

As vendas no varejo brasileiro subiram 0,2 por cento em agosto ante julho, o terceiro mês seguido positivo e acima do esperado, mas mostrando desaceleração por conta do segmento de supermercados. Mesmo assim, a avaliação dos especialistas é de que o setor continuará aquecido. "Houve uma desaceleração da taxa, mas não se trata de uma reversão de tendência ou uma inflexão da curva de crescimento. Parece ser um movimento pontual", disse à Reuters o economista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Reinaldo Pereira. Em junho e em julho passados, as vendas haviam crescido 1,6 e 1,4 por cento, respectivamente. Em agosto, sobre um ano antes, segundo informou o IBGE nesta quinta-feira, as vendas cresceram 10,1 por cento. Analistas ouvidos pela Reuters previam que haveria queda de 0,1 por cento em agosto ante julho e, em relação ao mesmo mês do ano anterior, a expectativa era de alta de 9,1 por cento. Segundo o IBGE, boa parte das atividades mostrou desempenho mais fraco, apesar de ainda positivo, em agosto. O segmento de equipamentos e material para escritório e informática registrou alta de 5,3 por cento sobre julho, a maior entre os segmentos que compõem o comércio varejista, mas mostrou forte desaceleração ao ser comparado com o mês anterior, quando a expansão foi de 10,8 por cento. Na outra ponta, a atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo encolheu 1,1 por cento em agosto, ante julho, depois de ter crescido 0,9 por cento no mês anterior. "Os preços dos alimentos vêm subindo no segundo semestre... O ritmo menor (de vendas) me parece ter a ver com isso. Se não fosse a queda dos alimentos, o resultado do comércio seria maior", afirmou Pereira. Quando se olha o comércio varejista ampliado --incluindo o setor automotivo e material de construção--, as performances foram melhores. O primeiro segmento cresceu 7,7 por cento na comparação mensal, enquanto que o segundo, 3,4 por cento. O economista do IBGE lembrou que os incentivos dados pelo governo para as atividades ajudaram no desempenho de agosto, ainda mais que houve uma corrida para a compra de carros porque, até então, o governo não havia informado se estenderia a redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como acabou fazendo no final do mês. O segmento de automóveis respondeu por 58 por cento da taxa de crescimento do varejo ampliado, de 15,7 por cento, ante agosto do ano passado. O setor varejista vem se mostrando como um dos principais motores da economia brasileira sustentado por um mercado de trabalho estável, com a taxa de desemprego em queda, e deve continuar forte. Para o economista-chefe da SulAmérica Investimento, Newton Rosa, a alta nas vendas do comércio em agosto, mesmo desacelerando em relação aos dois meses anteriores, é um indicador de que o consumo se manterá aquecido, como "um esteio do crescimento" neste fim de ano e em 2013. "Não é trivial que em uma economia com baixo crescimento as vendas no varejo registrem crescimento acumulado no ano de 9 por cento", afirmou ele, acrescentando que a queda nos juros também é mais um fator de estímulo ao consumo. Na noite de quarta-feira, o Banco Central reduziu a Selic a 7,25 por cento ao ano, renovando a mínima histórica. Foi o décimo corte seguido desde agosto de 2011. O IBGE revisou ainda os dados das venda de julho sobre julho de 2011 , passando de alta de 7,1 por cento para 7,2 por cento. (Reportagem adicional de Diogo Ferreira Gomes, no Rio de Janeiro, e Luciana Otoni, em Brasília; Texto de Camila Moreira)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.