RIO - Poucas horas antes do enterro do dançarino Douglas Rafael da Silva, assassinado na favela do Pavão-Pavãozinho, na zona sul, o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, prometeu elucidar o crime e reagiu à comparação com o caso do pedreiro Amarildo de Souza, morto por policiais da UPP na Rocinha, em 2013. O corpo de Amarildo nunca foi encontrado.
"Quantos Amarildos o crime não produziu? Nós nunca podemos esquecer os dias que nós vivemos nessa cidade. Segurança pública é um jogo que não se vai ganhar. É um jogo que se empata e se procura controlar", disse o secretário em entrevista ao programa "Encontro com Fátima Bernardes", da TV Globo.
O secretário disse que a credibilidade do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) depende do esclarecimento de casos como o de Douglas. "A credibilidade desse projeto está na elucidação e na demonstração clara e evidente dos possíveis e supostos erros da polícia. Nós que somos agentes públicos infelizmente não temos o direito de errar, mas errar é humano. Vamos garantir a essa família a lisura, a transparência e o rigor na apuração desses fatos. Não podemos preliminarmente acusar as pessoas, mas também não vou preliminarmente defender a corporação", disse Beltrame.
O secretário manifestou "solidariedade à dor da família", lembrou que teve uma irmã assassinada pelo ex-marido e prometeu: "podem acreditar na elucidação desse caso". Douglas foi morto na madrugada de terça-feira, 22, e será enterrado às 15 horas desta quinta-feira, 24, no cemitério São João Batista, em Botafogo (zona sul).
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