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Menos desmonte e mais ataque

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Por danielpiza

Aparentemente, o exemplo do São Paulo vai dando frutos. Não que os clubes brasileiros tenham feito grandes contratações, ou que não haverá o problema da debandada em julho. Mas, até o momento, os times praticamente formados para os campeonatos estaduais, que começam na semana que vem, me parecem mais competitivos do que os do ano passado. Em outras palavras, o São Paulo terá menos facilidade. Seus principais adversários mantiveram a base, com poucas perdas relevantes, e se reforçaram onde precisavam.

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Mas começo pelo São Paulo, que continua a ser um dos favoritos em qualquer campeonato que disputar. Do elenco do ano passado, vendeu bem um jogador de alto nível, o zagueiro Breno, revelação da temporada, e logo o repôs com Juninho, que teve bom ano no Botafogo, embora seja inferior a Breno porque mais lento e menos completo. O clube contratou em definitivo Jorge Wagner e preencheu duas carências, lateral direito (Joílson) e centroavante (Adriano). Ainda está atrás de volante e lateral esquerdo.

Adriano vai ser o centro das atenções. É um artilheiro, de chute poderoso e cabeceio eficaz; é forte como Aloísio, só que faz muito mais gols. Não é o craque que disseram ser, mas, se tiver juízo, o que significa treinar bastante, não brigar e dar ouvidos a Muricy, tem tudo para recuperar sua carreira e ajudar o São Paulo na Libertadores. Atacantes, de resto, têm sido o principal alvo. O Palmeiras, que sofreu muito com o problema, fechou com Alex Mineiro e, dizem, está prestes a trazer Diego Souza. Também parece ter mantido Diego Cavalleri, Pierre e Valdívia, destaques do ano passado. Luxemburgo não teve ano tão bom no Santos e pode se sair melhor agora.

O Corinthians, mesmo na Série B do Brasileirão, tratou de tentar melhorar a imagem e fechou com os zagueiros Chicão e Suárez e os atacantes Acosta e Herrera. Quer ainda Pedrinho, do Santos, e precisa de muitos outros para demais posições. Mas sua principal medida foi contratar o técnico Mano Menezes, que terá como missão fazer essa equipe respeitar os adversários e trabalhar a sério. Dos paulistas, o Santos é quem menos se mexeu até agora. Trouxe Leão, que obviamente não tem outra juventude como a de Robinho, Diego & cia. para trabalhar, além de ter um temperamento difícil.

No Rio, Vasco e Botafogo pouco apresentaram até agora, mas Flamengo e Fluminense vêm com times fortes. Boa parte dos elencos segue e as novidades são boas, especialmente no Flu. O ataque tricolor, com Dodô, Washington e Leandro Amaral, municiados pelos talentosos Conca e Thiago Neves, é de peso, ainda que difícil de combinar. Outro ataque promissor é o do Internacional, com Fernandão e Nilmar, autores dos gols contra a Inter de Milão anteontem. O Flamengo trouxe nomes como Kléberson, ainda por ver como está, e sonha com Ronaldo, mas só se for daqui a alguns anos. Mas já vinha com equipe excelente desde meados do ano, quando trouxe Fábio Luciano, Max e Íbson.

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Temos, assim, uns seis times que podem peitar o São Paulo. Depois de três anos consecutivos de queda na qualidade técnica, 2008 pode ser uma reversão da tendência ou ao menos uma estagnação. Além do exemplo são-paulino, isso se deve em parte ao bom momento da economia brasileira, em parte aos investimentos que a perspectiva da Copa de 2014 já começa a atrair para o mercado local (inclusive na reforma de estádios). Mas há tanto para avançar ainda que a comemoração deve se limitar à de cada gol marcado.

(Coluna "Boleiros" de hoje.)

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