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Denúncia de pedofilia na internet dobra em 1 ano no País

90% das páginas denunciadas ao SaferNet estão relacionadas ao Orkut, site de relacionamentos virtuais

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Atualização:

O número de páginas denunciadas por divulgação de pedofilia e exploração sexual de crianças dobrou entre 2006 e 2007 no País, segundo a organização não-governamental (ONG) SaferNet, que cuida da Central Nacional de Denúncias por Crimes Cibernéticos. Esse estudo vai ajudar nos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, que começa a funcionar nesta terça-feira, 25. De acordo com o presidente da SaferNet, Tiago Tavares, no ano passado, foram feitas 267.470 denúncias a respeito de 38.760 páginas com esse tipo de conteúdo, ante 121.635 denúncias feitas em 2006, sobre 17.148 páginas. Ele acredita que o aumento de 126% nas denúncias está relacionado ao crescimento do número de usuários de internet, que sobe em média 20% ao ano no Brasil. A pesquisa foi divulgada pela Agência Brasil. O crescimento das redes de relacionamento também pode justificar o aumento das denúncias. Segundo Tavares, 90% das páginas denunciadas ao SaferNet estão relacionadas ao Orkut, site de relacionamentos com perfis e comunidades virtuais. O fato de essa e outras páginas estarem hospedadas em servidores fora do Brasil costuma trazer o mito de que brasileiros não se interessam por esse tipo de conteúdo, mas o presidente da SaferNet adverte que esse é um crime muito praticado aqui. Como a ONG trabalha em cooperação com o Ministério Público Federal (MPF), as denúncias relativas aos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Goiás e Paraná são encaminhadas para o MPF. Nos outros Estados, são entregues para o Departamento de Direitos Humanos da Polícia Federal. Só em São Paulo existem mais de 400 investigações em curso baseadas nas denúncias da SaferNet. Para tentar barrar o avanço da pedofilia, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que encerrou os trabalhos em 2004, propôs um projeto para alterar a lei que pune a divulgação desse tipo de abuso na internet. Atualmente, é crime apenas produzir e passar as imagens adiante, na forma de divulgação, venda ou apresentação.

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