O engenheiro Cláudio Jorge Pinto Alves, indicado no mês passado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, para a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), não vai mais assumir o cargo. O governo ainda procura um substituto, mas a idéia é que seja um técnico em regulação internacional - perfil distinto do de Alves, professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e especialista em infra-estrutura aeroportuária. A decisão de Alves de recusar o convite feito por Solange Vieira - chefe da Secretaria de Aviação Civil - foi tomada há duas semanas. Acostumado à tranqüilidade da vida acadêmica, ele sentiu-se desconfortável com o assédio provocado por sua indicação. Chegou a ser advertido por Solange por ter feito declarações à imprensa sobre a crise aérea antes de ser empossado. A família, que antes o apoiava na empreitada, o desaconselhou a ir para Brasília. O engenheiro nem chegou a se reunir com o ministro Jobim. Segundo pessoas próximas, Alves viveu um dilema por alguns dias. Não estava disposto a enfrentar a pressão do cargo, mas temia ser tachado de covarde por recusar o desafio. "Como um cidadão que conhece o assunto, não posso me furtar a ajudar o País", disse, a um colega. Para evitar constrangimentos, o próprio Ministério da Defesa decidiu rever a indicação. Desde agosto, cinco diretores da Anac pediram demissão. Para o lugar deles foram indicados Alves, o brigadeiro Allemander Pereira Filho, o economista Marcelo Guaranys e o engenheiro Alexandre Barros. Até agora, só Allemander assumiu o cargo.
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