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Podcast 'No Ritmo da Vida': #34 Formação de Djamila Ribeiro

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A filósofa e professora convidada da New York University, Djamila Ribeiro, conversa com Antônio Penteado Mendonça sobre sua formação pessoal e acadêmica até hoje, quando é voz marcante na Filosofia, no Feminismo e nas discussões sobre racismo no Brasil.

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Santista e filha de um estivador e de uma dona de casa, mais nova entre quatro irmãos, a convidada afirma que teve acesso a uma boa educação, fomentada por Joaquim, seu pai. "Ele nos obrigava a estudar, conversava comigo e meus irmãos sobre como somente a Educação nos daria caminho para encontrar possibilidades na vida, incentivava a ler e comprar livros... acredito que isso fez toda a diferença na minha formação. Enquanto isso, minha mãe, cuidava dos quatro filhos e educava em casa", lembra.

Figura importantíssima em sua vida, a avó, Antônia, era, por sua vez, um "refúgio". "Sua imagem contrastava com a da minha mãe, que dizia que sua mãe tinha sido muito brava - mas que podia só amar, enquanto avó. Na escola passávamos por tantas violências e, em Piracicaba, podia ser só criança", conta, sobre a cidade onde a avó morou. O livro mais recente de Djamila, "Cartas para a minha Avó", é dedicado à senhora, "porque ela não viu muitas coisas, mas para saber o quanto ela foi impactante para mim, em uma relação de amor profundo", diz.

Sobre sua iniciação nas Ciência Humanas, a professora conta que, mais uma vez, foi inspirada por seu pai: "Ele gostava muito de Filosofia e era autodidata, tinha uma estante com centenas de livros. Ele impunha o que tínhamos de ler e eu comecei e gostei". Com 22 anos, durante a maternidade, se reaproximou do hábito e, aos 27, ingressou na Universidade Federal de São Paulo. "As pessoas caçoavam e eu tive de lidar com isso também. No Brasil a gente ainda precisa melhorar muito na valorização destas áreas", opina a filósofa.

Enquanto mulher negra na Academia, Djamila Ribeiro ainda teve de lidar com os estereótipos: "Ouvi de colegas 'por que você está aqui, gastando neurônios? Poderia se casar com um gringo, ir para a Europa fazer um casamento'", afirma. "As pessoas estão o tempo todo nos lembrando sobre estas imposições. Para mim ainda é um desafio, mas o ativismo aliado à Educação me fortaleceu muito", conclui.

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