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Hezbollah prepara festa por troca de prisioneiros com Israel

Grupo xiita considera o acordo com israelenses uma vitória; troca deve acontecer na quarta-feira

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Por Tariq Saleh
Atualização:

O grupo libanês Hezbollah prepara uma grande celebração por várias regiões do Líbano devido ao acordo com Israel para a troca de prisioneiros, que deve acontecer na quarta-feira na fronteira entre os dois países. Nesta terça-feira, 15, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, aprovou o acordo mediado por um diplomata alemão indicado pela ONU.   Veja também: Israel aprova troca de prisioneiros com o Hezbollah   Na troca, as autoridades israelenses devem libertar cinco prisioneiros libaneses - Samir Qantar, Khodor Zaidan, Maher Kourani, Mohammed Srour e Hussein Salman -, e devolver o corpo de 199 guerrilheiros libaneses e outros árabes mortos em ação contra Israel.   O Hezbollah, por sua vez, promete devolver os soldados israelenses Ehud Goldwasser e Eldad Regev, capturados numa ação na fronteira no dia 12 de julho de 2006 - o que foi o estopim para uma guerra de 34 dias entre Israel e Hezbollah.   O governo israelense considera os dois soldados mortos em combate por conta dos ferimentos. No entanto, o grupo libanês não confirmou até o momento se os militares capturados estão ou não vivos.   O conflito de 2006 matou mais de 1,2 mil libaneses (a maioria civis) e 157 israelenses (a maioria militares) e foi encerrado pela resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU.   "Vitória"   No mês em que se completa dois anos da guerra de 2006, o Hezbollah espalhou cartazes e outdoors pelo país chamando de "vitória divina da resistência" o acordo com o governo israelense. Políticos do Hezbollah e aliados declararam à imprensa do país que a troca de prisioneiros foi uma grande derrota para Israel e provou que a "resistência libanesa" acertou ao se manter armada.   Em cidades do sul do Líbano, festividades estão sendo preparadas para receber os prisioneiros libertados. Entre eles, o mais celebrado é Qantar, acusado pelo assassinato de três cidadãos israelenses em 1979.   Faixas e bandeiras libanesas e do Hezbollah foram colocados em estradas que levam do sul do Líbano até a capital, Beirute, a Dahiye, subúrbio de Beirute que é um reduto do grupo xiita, e ao Vale do Bekaa.   Informações   A negociação estabeleceu também a troca de informações entre os dois inimigos no que diz respeito ao paradeiro do piloto israelense Ron Arad, que teve seu jato derrubado em céus libaneses em 1986, e quatro diplomatas iranianos capturados por milícias cristãs aliadas do Exército israelense durante a guerra civil libanesa (1975-1990).   Israel afirmou que já recebeu um relatório do Hezbollah sobre Arad. Segundo o governo, o Hezbollah disse não ter informações concretas sobre o piloto, mas acredita que ele tenha morrido há mais de dez anos. Quando aos os quatro iranianos, o grupo xiita recebeu de Israel informações por meio de um documento enviado pela ONU.   Segundo Israel, os quatro foram provavelmente mortos por grupos cristãos ainda durante o conflito civil no Líbano. Tanto o Hezbollah quanto Israel consideraram as informações "inadequadas", mas disseram que isso não impediria a troca de prisioneiros.   BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.  

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