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Hillary chega a Mianmar para falar de reformas e Coreia do Norte

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Por ANDREW QUINN

Hillary Clinton tornou-se nesta quarta-feira a primeira secretária de Estado dos EUA a visitar Mianmar em mais de 50 anos, numa missão histórica que tem como objetivo pressionar os reclusos líderes locais a realizarem reformas e romperem seus contatos ilícitos com a Coreia do Norte. A visita começou em Naypyitaw, a remota nova capital do país. Em três dias de agenda em Mianmar (ex-Birmânia), Hillary irá se reunir com o recém-nomeado governo civil e com a líder oposicionista Aung San Suu Kyi. O último secretário de Estado dos EUA a visitar a Birmânia havia sido John Foster Dulles, em 1955. Em 1962, os militares tomaram o poder no país, iniciando uma ditadura brutal e isolacionista. A visita de Hillary, no entanto, marca o auge de uma rápida e notável transformação no país, que incluiu a libertação de presos políticos - inclusive Suu Kyi, que passou anos sob prisão domiciliar - e a nomeação de um governo civil, embora sob o controle dos militares. A China tem visto com preocupação a atual aproximação dos EUA com Mianmar, país rico em recursos naturais e que é parte da esfera natural de influência de Pequim. A recepção a Hillary no aeroporto da capital foi discreta, com poucas autoridades presentes. Na cidade, recém-construída no meio de uma floresta, há poucos sinais visíveis de preparativos, exceto pela presença de alguns policiais em frente a um hotel onde ela se hospedou. Um alto funcionário do Departamento de Estado disse que Hillary vai pedir aos novos líderes de Mianmar - muitos dos quais são generais recém-reformados - que interrompam seus acordos militares secretos com a Coreia do Norte, outro país isolado, cujo programa nuclear gera temores em toda a Ásia Oriental, motivando sanções internacionais. "Nossas discussões se concentrarão na busca de garantias muito maiores (...) de uma determinação por parte do governo no sentido de descontinuar atividades que acreditamos serem antiéticas para a manutenção da paz e da estabilidade", disse esse funcionário a jornalistas, a bordo do avião de Hillary. Os EUA acreditam que Mianmar tentou obter tecnologia de mísseis da Coreia do Norte, mas minimizaram a hipótese de que essa cooperação tenha se ampliado a ponto de incluir a criação de um programa nuclear birmanês. "Até agora, nosso foco principal é nos mísseis", disse a fonte. "Examinamos isso bem cuidadosamente, e não vemos sinais de um esforço nuclear substancial a esta altura." (Reportagem adicional de Aung Hla Tun em Naypyitaw e Sui-Lee Wee em Pequim)

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