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Médicos na Índia operam menina de quatro pernas

Ela nasceu ainda com quatro braços; membros seriam de siamesa não desenvolvida

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Por BBC Brasil
Atualização:

Médicos na Índia realizam nesta terça-feira, 6, uma cirurgia para tentar dar uma vida normal a uma menina que nasceu com quatro braços e quatro pernas. Lakshmi Tatma tem dois anos e, segundo os especialistas que a atendem em um hospital de Bangalore, é ligada pela pelve a uma gêmea siamesa que não se desenvolveu completamente. "Nós nos preparamos para 40 horas ininterruptas de cirurgia", disse à BBC a ortopedista Sharan Patil, chefe da equipe que vai operar a menina. Os mais de 30 cirurgiões vão trabalhar em turnos para tentar separar a coluna vertebral e os rins de Lakshmi daqueles da sua gêmea. Em seguida, eles devem tentar fechar a cavidade pélvica da menina, reposicionando sua bexiga e seus órgãos genitais, e colocando enxertos de pele sobre os locais onde ficavam os membros retirados. Segundo Patil, a operação deve possibilitar que ela sobreviva além da adolescência, algo que talvez não fosse possível se ela fosse deixada com os membros extras. A menina nasceu em um pequeno vilarejo no Estado de Bihar. Alguns dos moradores locais acreditavam se tratar da reencarnação da deusa indiana da riqueza, Lakshmi, cuja imagem é conhecida pelos múltiplos braços e pernas. A médica disse que ouviu falar "desta menininha do Estado de Bihar que precisava de uma ajuda especial". "Foi impressionante encontrá-la sofrendo de uma dolorosa infecção e com uma febre contínua sem ter assistência médica", contou Patil. Segundo ela, mesmo com a pressão da comunidade, contrária à cirurgia, os pais de Lakshmi estavam ansiosos para que ela fosse realizada. Gêmeos siameses são raros - um caso ocorre a cada 200 mil nascimentos. Eles se originam de um único óvulo fertilizado, portanto são sempre idênticos e do mesmo sexo. A taxa de sobrevivência em casos como este é de 5 a 25%. Registros médicos dos últimos 500 anos dão detalhes de 600 pares de gêmeos siameses que sobreviveram - mais de 70% deles era de meninas. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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