PUBLICIDADE

Petrobras precisa renovar contrato de gás com Bolívia-CEO

PUBLICIDADE

Por SABRINA LORENZI E RODRIGO VIGA GAIER

A Petrobras sinalizou nesta terça-feira que deverá renovar o contrato de fornecimento de gás natural com a Bolívia, que vence em 2019, para atender a crescente demanda no país. "É inquestionável a necessidade de gás da Bolívia ... A Petrobras precisa renovar o contrato", afirmou a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, em entrevista a jornalistas na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O contrato com a Bolívia prevê a oferta de até 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, dos quais 24 milhões de referem-se a uma oferta firme e outros 6 milhões, flexível. Pouco antes da declaração da presidente, o diretor de Gás e Energia da estatal, José Alcides Santoro, havia declarado, no mesmo evento, que a empresa não tem "nenhuma intenção de não continuar o contrato da Bolívia". Mesmo com contrato vencendo em 2019, o plano de negócios da Petrobras contempla importações de gás boliviano em 2020. Segundo Santoro, a estatal ainda terá gás a receber após o fim do contrato, como uma espécie de crédito por volumes não entregues anteriormente. Considerando o gás da Bolívia, a Petrobras planeja elevar a oferta de 100 milhões para 171 milhões metros cúbicos de gás natural por dia no Brasil entre 2013 e 2017, para atender a demanda que passará de 98 milhões para 142 milhões de metro cúbicos no mesmo período. GNL DESCARTADO A Petrobras pretende elevar também a oferta de gás a partir de campos do pré-sal. Mas o aumento ainda não será suficiente para viabilizar o transporte do combustível por navio na forma de Gás Natural Liquefeito (GNL), ou gás comprimido, como alternativa aos gasodutos. "Ainda não há gás suficiente para adotar esta opção", disse Graça, acrescentando ser "fã" do transporte alternativo. Por isso a Petrobras utilizará gasodutos para o transporte do gás do pré-sal, com um ligando a Bacia de Santos até o litoral de Maricá. De lá, o gás será transportado poR terra ao Coperj, em Itaboraí (RJ). Paralelamente, a estatal analisa áreas com potencial de exploração de gás não convencional, e já contratou uma empresa especializada para tal finalidade. Segundo Graça, porém, o Brasil não possui infraestrutura tão sofisticada quando Estados Unidos para conseguir reduzir os preços do gás na mesma magnitude que os norte-americanos fizeram quando descobriram e passaram a explora o gás não convencional. (Reportagem de Sabrina Lorenzi, Rodrigo Viga Gaier e Jeb Blount)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.