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Saraiva busca vender operação de comércio eletrônico, dizem fontes

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Por ESTEBAN ISRAEL

A Saraiva, maior rede de livrarias do Brasil, está tentando vender suas operações de comércio eletrônico, que incluem o ainda novo mas promissor segmento de livros digitais, segundo fontes do setor afirmaram à Reuters. O objetivo da companhia, de acordo com três fontes, é vender a plataforma online para se focar na cadeia de 102 lojas físicas e em sua editora, negócios com margens maiores. "A Saraiva está tentando vender suas operações online. Eles a ofereceram a algumas varejistas", disse uma das fontes. Outra fonte afirmou que a empresa vem se preparando para cindir as operações de vendas online já há algum tempo para se voltar à sua editora e às lojas físicas, que também comercializam CDs e DVDs. A Saraiva, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não comenta especulações de mercado. A companhia conta atualmente com o maior acervo de livros digitais (ebooks) do país, composto por 12 mil títulos nacionais, que resultam em cerca de 500 mil reais em vendas mensais. Embora ainda respondam por uma pequena parcela das operações online da empresa, o presidente-executivo da Saraiva, Marcílio Pousada, disse recentemente à Reuters que as vendas de ebooks vêm ganhando impulso. As vendas online da Saraiva respondem por cerca de 33 por cento das operações de varejo da companhia e recuaram 6,4 por cento no segundo trimestre ante igual período em 2011. No início deste mês, a empresa sinalizou estar atenta e disposta a avaliar oportunidades de negócios, em meio a notícias sobre o interesse da gigante online norte-americana Amazon em comprar o grupo brasileiro, mas adicionou não haver "negócio de qualquer natureza" que exigisse a divulgação de fato relevante. À ESPERA DA AMAZON A possibilidade de venda do negócio de comércio eletrônico da Saraiva surge no momento em que a Amazon se prepara para estrear no Brasil. A empresa tem planos de começar a comercializar livros digitais e o leitor Kindle no país ainda este ano, conforme a Reuters publicou em junho. Uma fonte próxima aos planos da Amazon no Brasil disse à Reuters que a Saraiva procurou a companhia norte-americana há algum tempo, mas descartou que existam negociações em andamento. Segundo a mesma fonte, a Amazon mantém o plano original de crescer organicamente em mercados internacionais. Outra fonte, contudo, considerou a possibilidade de a Amazon se unir a uma varejista local já consolidada para ganhar escala e evitar problemas logísticos. "O principal desafio para a Amazon será, inicialmente, superar o obstáculo das editoras. Ao adquirir (as operações) da Saraiva, ela encurtaria essa distância de forma significativa", disse a fonte. "Os ativos (da Saraiva) em termos de relacionamento com editoras e distribuidoras podem ser importantes para a Amazon", acrescentou outra fonte. O porta-voz da Amazon Craig Berman não quis comentar o assunto. (Reportagem adicional de Vivian Pereira)

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