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Tombini sinaliza maiores cortes da taxa de juros à frente

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Por ALONSO SOTO

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reiterou neste domingo que vê uma alta probabilidade de que a taxa de juros do país caia para níveis de um dígito, sinalizando que o banco deve reduzir a taxa pela quinta vez consecutiva, quando se reunir daqui a menos de duas semanas. "O Banco Central sinalizou recentemente a alta probabilidade de que a taxa de política monetária no Brasil seja de um único dígito no futuro. Essa estratégia não mudou", disse Tombini a jornalistas, em intervalo da reunião de líderes financeiros do G-20, no México. O Comitê de Política Monetária do Banco Central se reunirá novamente em 7 de março para decidir o rumo da taxa Selic, que está em 10,50 por cento. O BC tem agido rapidamente para proteger a economia brasileira das consequências da crise de dívida europeia, cortando em 2 pontos percentuais a taxa desde agosto. Tombini foi criticado por iniciar o ciclo de flexibilização tão cedo no ano passado, enquanto a inflação ficou acima da meta oficial de 4,5 por cento, com margem de mais ou menos dois pontos percentuais. No entanto, uma piora do cenário econômico global e a diminuição da inflação doméstica fez muitos críticos mudarem de ideia e Tombini ganhou adeptos no mercado. Ele disse que uma pesquisa de economistas do Banco Central, publicada na semana passada mostrou que a taxa de juros neutra caiu devido a uma economia mais resistente do Brasil. Essa taxa chamada neutra, ou de equilíbrio, representa o custo do dinheiro em uma economia que é "justa" conforme equilibra o crescimento econômico com o aumento dos preços ao consumidor. "Essa (pesquisa) é importante não por causa dos números, mas por causa da tendência, que continua mostrando uma melhora nos fundamentos da economia brasileira", disse Tombini. A pesquisa mostrou que os economistas veem a taxa neutra em 5,50 por cento no Brasil, que por anos teve uma das mais altas taxas de juros entre as principais economias do mundo. No entanto, Tombini alertou que o aumento dos preços do petróleo são uma ameaça à economia global e devem ser monitorados de perto pelos bancos centrais em todo o mundo. "O (preço do) petróleo é uma preocupação para todos os bancos centrais neste momento". (Reportagem de Alonso Soto)

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