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UE aprova embargo a petróleo sírio; protestos continuam

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Por KHALED YACOUB OWEIS

A União Europeia decidiu impor nesta sexta-feira sanções contra as exportações de petróleo da Síria, aumentando a pressão contra o presidente sírio, Bashar al-Assad, cujas forças de segurança mataram mais seis manifestantes, segundo ativistas. "Foi decidido impor sanções", disse uma autoridade europeia na estância turística polonesa de Sopot, onde ministros de Relações Exteriores de países da UE se reuniram para definir sua resposta à repressão militar de Assad às manifestações de protesto iniciadas há cinco meses contra seu regime, que já dura 11 anos. O chanceler polonês, Radoslaw Sikorski, disse: "O presidente Assad está promovendo massacres no próprio país. Toda a comunidade internacional está pedindo que ele deixe o poder." Enquanto a UE apertava o cerco econômico a Assad, manifestações irromperam em várias partes da Síria, principalmente em regiões rurais por causa da pesada presença do Exército em áreas urbanas, disseram ativistas e moradores. Eles afirmaram que pelo menos seis manifestantes foram mortos quando forças de segurança dispararam contra multidões nos subúrbios de Irbin e Hamouriya, em Damasco, na província tribal de Deir al-Zor, no leste, e em áreas rurais da província de Homs. A agência estatal de notícias Sana afirmou que vários membros das forças de segurança sírias foram feridos num ataque a suas bases em Irbin e Hamouriya. A Síria expulsou a maioria dos jornalistas estrangeiros, o que torna difícil averiguar os relatos de agitação. Segundo um destacado grupo sírio de defesa dos direitos humanos, cerca de 2 mil civis e 463 soldados e policiais foram mortos desde o início dos protestos. SANÇÕES A UE já havia proibido a seus membros fazer negócios com dezenas de autoridades, instituições governamentais e empresas ligadas aos militares sírios, os quais considera que estejam ligados com a violenta repressão aos protestos. Nesta sexta-feira foram adicionados à lista quatro pessoas e três entidades, disse um alto funcionário da UE. As medidas desta sexta-feira são a primeira vez que a UE se posiciona contra um setor industrial da Síria, mas analistas dizem que as sanções -- que não são tão extensas quanto a proibição de investimentos adotada pelos EUA no mês passado -- poderão apenas ter impacto limitado no acesso de Assad a recursos. Embora as sanções da UE prejudiquem uma grande fonte de moeda forte para a Síria, já que a maioria de suas exportações de petróleo vai para a Europa, o governo sírio poderá encontrar novos mercados na Ásia, mesmo que tenha de dar descontos e leve tempo para fechar contratos. A França disse estar pressionando por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que imponha sanções da organização à Síria -- algo que nações com direito de veto, como Rússia e China, vêm resistindo até agora. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, instou na quinta-feira os europeus e outros países a imporem mais sanções contra o governo de Assad, dizendo ser necessário mais pressão para fazê-lo renunciar. Nenhum país do Oriente Médio seguiu a UE e os EUA no pedido de saída de Assad. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou nesta sexta-feira que as nações árabes estão menos dispostas a agir do que estavam no caso da Líbia. Mas Cameron disse ter percebido, numa reunião na França para discutir a questão líbia, um endurecimento da posição das nações árabes em relação a Assad. "Acho que eles estão adotando uma posição mais firme porque estão compreendendo que o que ele está fazendo é pavoroso", disse Cameron à BBC.

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