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Violência marca novos protestos contra China no Tibet

Chineses atribuem culpa por choques ao Dalai Lama, que pede fim do uso da força.

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Por Da BBC Brasil

Episódios de violência marcaram nesta sexta-feira novos protestos contra os mais de 50 anos de domínio chinês no Tibet. Manifestantes liderados por monges e forças de segurança entraram em confronto em Lhasa, capital do Tibet. Relatos não confirmados pela BBC indicam que pelo menos duas pessoas foram mortas. Os violentos choques diminuíram no final do dia, encerrando uma semana inteira de manifestações contra a China. Os protestos têm sido apontados como os maiores e mais violentos dos últimos 20 anos no Tibet. Os manifestantes perseguiram chineses que vivem na cidade, acenderam fogueiras para incendiar seus pertences, realizaram saques e queimaram lojas. De acordo com testemunhas, os manifestantes assumiram o controle do centro velho da cidade de Lhasa. Dalai Lama As autoridades chinesas acusaram o líder espiritual do Tibet, o Dalai Lama, de organizar os protestos. "Houve suficientes sinais que provam que a recente sabotagem em Lhasa foi organizada, premeditada e planejada pelo bando do Dalai", diz uma mensagem do governo regional do Tibet divulgada pela agência de notícias estatal chinesa Xinhua. Um porta-voz do líder espiritual tibetano rebateu a declaração e disse que as acusações são "totalmente infundadas". Mais cedo, o Dalai Lama divulgou uma mensagem em que manifestou preocupação com os recentes episódios de violência no território. O líder espiritual, que na Índia lidera o governo tibetano no exílio, pediu que o governo chinês "pare de usar a força e inicie um diálogo com o povo tibetano para minimizar o ressentimento há muito crescente". "Eu também peço a meus colegas tibetanos que não façam uso da violência", completou o Dalai Lama. Adesão Os protestos começaram como uma reação à notícia de que monges budistas teriam sido presos depois de realizar uma passeata para marcar os 49 anos de um levante tibetano contra o domínio chinês. Centenas de monges tomaram então as ruas, e os protestos ganharam força nos últimos dias, com a adesão de pessoas comuns. Outros protestos foram registrados inclusive fora do Tibet - há informações de que centenas de monges realizaram uma marcha na província chinesa de Gansu, e, na Índia, a polícia prendeu cerca de 25 pessoas que tentaram invadir a embaixada chinesa em Déli. Autoridades de países europeus e em Washington pediram que a China seja tolerante com os manifestantes. Em um comunicado, Louise Arbour, a alta comissária da ONU para direitos humanos, também pediu a Pequim que "permita que os manifestantes exercitem seu direito de liberdade de expressão e reunião, sem fazer qualquer uso excessivo da força na manutenção da ordem". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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