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Eclipse solar híbrido: fenômeno raro é observado em países da Oceania e Ásia; veja imagens

Mais raro, ele acontece apenas algumas vezes por século. Em média, uma vez a cada dez anos. Sua última ocorrência foi em 2013 e a próxima aparição está prevista para 2031

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Por Renata Okumura

Astrônomos profissionais e apaixonados por astronomia de diversas localidades do mundo se reuniram nesta quinta-feira, 20, para observar a ocorrência de um eclipse solar híbrido. Considerado mais raro, o fenômeno (uma mistura de total com anular, à medida que a sombra da Lua se move pela superfície da Terra), visível do Pacífico Sul, encantou observadores de áreas da Austrália, Indonésia e Timor Leste. O fenômeno aconteceu entre 22h36 e 3h59 (horário de Brasília). Do Brasil, não foi possível a visualização, mas houve transmissão ao vivo.

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A remota cidade turística de Exmouth, com menos de três mil residentes, foi escolhida como um dos melhores pontos de vista na Austrália para ver o eclipse, que também atravessou partes remotas da Indonésia e Timor Leste.

Uma multidão internacional vinha se reunindo há dias, acampando em barracas e trailers em uma planície vermelha e empoeirada na periferia da cidade com câmeras e outros equipamentos de visualização apontados para o céu.

“Não há mais nada que você possa ver que se pareça com isso. Foi simplesmente incrível e espetacular”, disse Henry Throop, astrônomo da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), que estava entre os observadores na região.

A caçadora de eclipses Julie Copson, que viajou mais de mil quilômetros ao norte da cidade portuária de Fremantle, na costa oeste australiana, para Exmouth, disse que o fenômeno deixou sua pele arrepiada. “Eu me sinto tão emocionada, como se eu pudesse chorar. A cor mudou e eu vi a coroa e as chamas do sol”, disse Copson.

O eclipse solar híbrido ocorre quando em alguns pontos da Terra o eclipse é anular e em outros, é total. “Nesses casos, no início e no fim do eclipse ele será visto como anular, e no centro da faixa de totalidade ele será visto como total. A duração de um eclipse sobre a Terra toda é de 5 a 6 horas tipicamente, nesses casos ele começa como anular, depois passa a total e volta a ser anular no fim, mas claro que para observadores em locais distintos”, afirma Roberto Costa, professor do departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP).

Crianças observam o eclipse solar híbrido refletido na base de um telescópio na Indonésia. Foto: Slamet Riyadi/AP

Os eclipses solares ocorrem quando a Lua se coloca exatamente entre o Sol e a Terra, fazendo com que o cone de sombra do nosso planeta incida sobre uma certa região. Seu ciclo de ocorrência já era conhecido pelos babilônicos há 3 mil anos.

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Na capital da Indonésia, centenas de pessoas foram ao Planetário de Jacarta para ver o eclipse solar híbrido, que foi obscurecido por nuvens.

Azka Azzahra, de 21 anos, veio com sua irmã e amigos para ver mais de perto o fenômeno, usando os telescópios com centenas de outros visitantes.

“Estou feliz por vir, mesmo que esteja nublado. Fico feliz em ver como as pessoas com grande entusiasmo vêm aqui para ver o eclipse, pois é algo raro”, disse Azzahra.

O chamado à oração, no país com a maior população muçulmana do mundo, ressoou nas mesquitas da cidade quando a fase do eclipse começou.

Veja os quatro tipos de eclipses solares:

Eclipse solar parcial - apenas uma parte do sol é encoberta pela Lua.

Eclipse solar anular - a Lua cobre o centro do Sol, mas uma parte permanece visível, formando um anel.

Eclipse solar total - Sol é totalmente encoberto pelo disco da Lua.

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Eclipse solar híbrido - em alguns pontos da Terra o eclipse é anular e em outros é total.

No Timor Leste, as pessoas se juntaram à volta da praia no município de Lautem, à espera de testemunhar o raro fenômeno solar. Alguns deles vieram de outros países e se reuniram com os habitantes locais para ter uma visão clara do eclipse. As pessoas aplaudiram quando o Sol e a Lua atingiram o eclipse máximo.

“Este é um fenômeno natural muito novo para Timor Leste. É muito importante para nós podermos assistir e vivenciar em primeira mão”, disse Martinho Fátima, responsável pela proteção civil na região.

O eclipse solar híbrido rastreou do Oceano Índico ao Oceano Pacífico e foi principalmente sobre a água. As poucas pessoas sortudas em seu caminho viram a escuridão de um total eclipse ou um ‘anel de fogo’, enquanto o sol espreitava por trás da Lua nova.

Quando acontece, geralmente, em alguns pontos, a Lua está um pouco mais próxima e bloqueia o Sol em um total eclipse. Mas quando a Lua está um pouco mais longe, ela deixa um pouco da luz do Sol espreitar, formando um anel.

Conforme o site Space.com, os eclipses solares híbridos acontecem apenas algumas vezes por século. Em média, uma vez a cada dez anos. Sua última ocorrência foi em 2013 e a próxima aparição está prevista para 2031. Veja aqui na lista da Nasa os próximos eclipses solares previstos até 2030. /Com informações da AP e AFP

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