Uma nova câmera da Nasa a bordo do satélite climático Deep Space Climate Observatory (DSCOVR) captou uma imagem única da Lua, enquanto o satélite se movia diante da face da Terra iluminada pelo Sol.
As imagens mostram Sol batendo em cheio no "lado escuro" da Lua - que não é escuro, mas apenas permanentemente invisível a partir da Terra. O satélite estava a cerca de 1,6 milhões de quilômetros da Terra quando as imagens foram obtidas.
Posicionada entre o Sol e a Terra, o DSCOVR tem como missão principal um monitoramento em tempo real dos ventos solares que atingem a Terra. Os dados são utilizados pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).
Acompanhando a rotação da Terra, o satélite observa constantemente o lado do planeta que é iluminado pelo Sol, fornecendo observações científicas do ozônio, da vegetação, das nuvens e dos aerossóis da atmosfera. A nova câmera começará suas observações regulares em setembro e fornecerá uma série de imagens da Terra que permitirão estudar as variações diárias de cada um desses itens em toda o planeta.
Duas vezes por ano, a câmera captará a Lua e a Terra juntas, no momento em que a órbitado DSCOVR cruzar o plano orbital da Lua.
As imagens que acabam de ser divulgadas foram feitas às 14h50 e às 19h45 (horário de Brasília) no dia 16 de julho e mostram a Lua se movendo sobre o Oceano Pacífico perto da América do Norte. O Pólo Norte está no canto superior esquerdo da imagem.
O "lado escuro" da Lua nunca havia sido observado até 1959, quando a nave soviética Luna 3 enviou as primeiras imagens. Desde então, várias missões da Nasa mostraram o lado mais distante do satélite em detalhes.
Em 2008, a nave Deep Impact, da Nasa, captou uma imagem muito parecida da Terra e da Lua, de uma distância de 50 milhões de quilômetros.
As cores das imagens da nova câmera são geradas pela combinação de três exposições monocromáticas separadas, feitas em sucessão rápida.
"É surpreendente como a Terra é muito mais brilhante que a Lua", disse Adam Szabo, cientista do projeto DSCOVR, no Centro Goddard de Voo Espacial da Nasa. "Nosso planeta é realmente um objeto brilhante no espaço escuro, em comparação com a superfície lunar", afirmou.