Em agosto de 2003, o Brasil esperava subir de patamar na corrida espacial global. O País se preparava para enviar ao espaço o seu próprio foguete pela primeira vez. Porém, três dias antes do lançamento na base de Alcântara, um incêndio matou 21 técnicos e engenheiros que faziam os últimos ajustes, mudando para sempre a vida das famílias e a ambição espacial do País.
Um dos mais letais da história, o acidente virou tema do novo podcast do Estadão, ‘Alcântara: O desastre espacial brasileiro’, que disponibiliza nesta quinta, 17, o primeiro episódio em todas as plataformas de áudio. A série tem três capítulos. O próximo episódio será disponibilizado na terça-feira, 22.
Chamado “Fogo em Alcântara”, o episódio revive os momentos de terror na plataforma, conta sobre a dificuldade na identificação das vítimas e narra o drama das famílias. O ouvinte é levado para o momento em que o foguete e a torre que servia para a sua montagem derretem sob o calor de três mil graus, causando a perplexidade dos envolvidos no projeto.
A reportagem traz detalhes inéditos do desastre a partir de entrevistas com parentes das vítimas, profissionais que atuaram na operação, especialistas e representantes da Força Aérea Brasileira (FAB). O projeto também teve acesso a documentos nunca divulgados publicamente, além de obter vídeos de bastidores do programa espacial nacional.
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Durante sete meses, o podcast uniu duas editorias, Link e Metrópole, além da Rádio Eldorado (FM 107,3 SP), em uma investigação profunda e impactante, que tenta entender como o motor do veículo foi acionado três dias antes do programado e como isso impactou o programa espacial brasileiro.
Além dos três episódios, o Estadão vai publicar textos, gráficos e vídeos que mostrarão como a unidade de Alcântara opera hoje. A base passou a firmar acordos para que empresas privadas do Brasil, e de outros países, lancem foguetes de suas instalações. Em março deste ano, a Coreia do Sul fez o primeiro voo comercial que partiu de lá.
Mas o Brasil abandonou a ideia de colocar seu próprio equipamento em órbita? Não, existe uma nova aposta - e a reportagem revela qual é esse plano e o seu cronograma.