Fernanda Montenegro e Jocy de Oliveira homenageiam Hilda Hilst na abertura da Flip

Evento ocorreu na noite desta quarta-feira, 25; a atriz recitou poemas e leu trecho de uma peça, e compositora apresentou trechos de seu trabalho autoral

PUBLICIDADE

Foto do author Ubiratan Brasil
Por Ubiratan Brasil
Atualização:

Fernanda Montenegro recitou poemas e leu trecho de uma peça; Jocy de Oliveira apresentou trechos de seu trabalho autoral em que se destacam a curiosidade sobre a morte e a figura de uma mulher destemida. Ambas, atriz e compositora, homenagearam a escritora Hilda Hilst, na abertura da 16.ª Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, em Paraty, na noite de quarta-feira, 25.

PUBLICIDADE

+++ Um roteiro de leitura para entrar no universo de Hilda Hilst, homenageada da Flip 2018

O evento, que prossegue até domingo, homenageia Hilda, autora cuja obra era mantida no ostracismo e que tem agora, com uma série de reedições, a chance de finalmente chegar aos leitores, como ela desejava. “Quero ser lida em profundidade e não em distração. Acho que consegui um trabalho valioso”, declamou Fernanda, que foi dirigida por Felipe Hirsch.

A atriz Fernanda Montenegro participa da abertura da 16ªFlip, em Paraty, recitando poemas de Hilda Hilst. Foto: Walter Craveiro Foto:

Com seus inúmeros recursos vocais, a atriz conseguiu transmitir as principais inquietações da poeta, desde seu desdém pelos políticos (“No Ceará, crianças choram de fome”) até o angustiante silêncio com que sua obra era recebida pelos leitores (“Fiz tentativas de ir ao encontro do outro, mas fui um fracasso).

Aclamada e aplaudida em pé pelo público que lotou a Tenda da Matriz, Fernanda agradeceu homenageando Hilda Hilst, “maravilhosa, inesgotável, amada”.

+++ Casa Hilda Hilst na Flip terá debates, saraus e o 'Bar do Bico'

Acomodada na plateia, ela assistiu ao trabalho de Jocy de Oliveira, pioneira na música de vanguarda, que apresentou trechos de sua obra Apague Meu Spot Light, de 1961, considerada a primeira peça a apresentar música eletrônica no Brasil. “Trabalho com o uso de vozes, o que me aproxima de Hilda, poeta que se interessava em ouvir o que diziam seres de outras dimensões”, disse ela, que foi acompanhada por duas sopranos em sua apresentação.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.