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Apesar da covid-19, indústria gera 35 mil empregos em 2020, mas perda desde 2011 soma 1 milhão

Levantamento do IBGE mostra que houve aumento de 0,5% no total de trabalhadores empregados na indústria em 2020 ante o ano anterior

Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO – O emprego industrial passou ileso, ao menos no agregado do setor, pelo primeiro ano de crise causada pela covid-19, em 2020. Mesmo com a pandemia, as indústrias extrativa e da transformação registraram, naquele ano, um ligeiro aumento de 0,5% no total de trabalhadores empregados ante 2019, o equivalente à geração de 35.241 postos, mostram dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA) - Empresa 2020, divulgada nesta quinta-feira, 21, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar disso, no longo prazo, o setor industrial registrou o fechamento de 1 milhão de empregos em uma década.

Marcado pela prevalência dos empregos formais, o setor industrial lançou mão das medidas emergenciais lançadas pelo governo federal no primeiro ano de pandemia. Segundo o IBGE, o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), que permitiu às empresas reduzirem os gastos com remuneração dos trabalhadores, em parte custeada pelo governo federal, contemplou 20,1 milhões de contratos. Desse total, 4,1 milhões, ou 20,5%, foram com empregados da indústria.

Em 2020, as indústrias extrativa e da transformação registraram um ligeiro aumento de 0,5% no total de trabalhadores empregados ante 2019 Foto: Werther Santana/Estadão

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Com o ligeiro crescimento em 2020, as indústrias brasileiras empregavam, naquele ano, 7,7 milhões de trabalhadores. Apesar da resiliência aos problemas causados pela covid-19, os dados estruturais do IBGE reforçam o quadro de crise de longo prazo no setor industrial. Entre 2011 e 2020, a indústria reduziu o total de empregados em cerca de 1 milhão de trabalhadores.

Segundo o relatório divulgado pelo IBGE, nesse período, foram mais atingidos os “setores que provavelmente enfrentam de forma mais intensa mudanças estruturais relacionadas, por exemplo, à evolução da tecnologia, à forte concorrência com o setor externo e à dependência do consumo interno”.

“Entre 2011 e 2020, mais da metade da perda esteve concentrada nos setores de Confecção de artigos do vestuário e acessórios (258,4 mil), de Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (138,1 mil) e de Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (134,2 mil)”, diz o documento do IBGE.

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