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Mais de 3 milhões de brasileiros procuravam emprego há mais de 2 anos no 3º trimestre, aponta IBGE

Taxa de desemprego no País foi de 11,8% no período, mas chegou a 16,8% na Bahia; em São Paulo, índice recuou de 12,8% para 12%

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - O País ainda tem 3,150 milhões de pessoas em busca de emprego há pelo menos dois anos, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Trimestral, referentes ao terceiro trimestre, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, houve pequena melhora: no segundo trimestre, esse contingente era de 3,347 milhões de desempregados em busca de uma vaga há tanto tempo.

Fila em mutirão de emprego no centro de São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão - 17/9/2019

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Em relação ao terceiro trimestre de 2018, diminuiu em 1,2% o total de desempregados há pelo menos dois anos, a primeira queda após quatro anos consecutivos de crescimento.

“Não teve expansão no desalento, então não é por aumento do desalento”, ressaltou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

No terceiro trimestre de 2019, outros 1,700 milhão de trabalhadores procuravam emprego há mais de um ano, mas menos de dois anos. O grosso dos desempregados no terceiro trimestre, 5,863 milhões, estava em busca de uma vaga havia pelo menos um mês, mas menos de um ano. Na faixa dos que tentavam encontrar um trabalho havia menos de um mês estavam 1,801 milhão de pessoas.

Segundo o IBGE, há uma tendência de redução na taxa de desemprego em quase todas as regiões do País, com exceção do Sul. A geração sazonal de vagas, porém, ainda não foi suficiente para impulsionar um aumento mais significativo na ocupação e um recuo generalizado na taxa de desemprego, avaliou Adriana Beringuy.

A taxa de desemprego no País recuou de 12,0% no segundo trimestre de 2019 para 11,8% no terceiro trimestre, mas a taxa de desocupação ficou estatisticamente estável - dentro do intervalo da margem de erro da pesquisa - em 25 das 27 Unidades da Federação.

A maior taxa de desemprego no terceiro trimestre foi a da Bahia (16,8%), e o menor resultado ocorreu em Santa Catarina (5,8%).

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No Estado de São Paulo, a taxa de desocupação recuou de 12,8% no segundo trimestre para 12,0% no terceiro trimestre deste ano, o que pode ser encarado como um sinal positivo, já que a região tem “efeito farol”, costuma antecipar fenômenos que podem ocorrer no restante do País, lembrou a pesquisadora do IBGE.

“No caso do dado do Brasil, somente a construção teve aumento significativo (na geração de vagas), as outras atividades ficaram (estatisticamente) estáveis. Em termos dessa sazonalidade esperada para o trimestre, de (alta na) ocupação, ela ainda não está sendo observada”, afirmou Adriana.

A construção absorveu 254 mil trabalhadores a mais do que no segundo trimestre do ano. A ocupação no setor ficou concentrada no Sudeste, especialmente em São Paulo, e ainda muito calcada na informalidade.

“Apesar de a construção ter sido único setor com aumento significativo no terceiro trimestre, as demais atividades também estão tendo trajetória de crescimento. Não é um crescimento suficiente para movimentar essa ocupação geral. A construção, que chamou a atenção no Brasil, foi puxada pelo Sudeste. Foi muito concentrado em São Paulo, porque no segundo semestre teve muitos lançamentos e vendas (imobiliárias). Então esses lançamentos e vendas podem ter mobilizado todo um contingente atrelado a acabamentos, suplementos”, explicou Adriana.

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O estado de São Paulo registrou 118 mil pessoas a mais trabalhando no setor de construção no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre do ano.

“Esse contingente era de trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira, são serviços elementares da construção: pedreiro, servente de pedreiro”, disse a pesquisadora do IBGE.

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