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Bolsonaro confirma Auxílio Brasil de R$ 400, mas não explica origem de recursos

Em evento no Ceará, o presidente afirmou que o teto de gastos será respeitado; a possibilidade de parte do valor do benefício ficar fora da regra causou forte reação negativa no mercado financeiro na terça-feira

Foto do author Eduardo Gayer

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta quarta-feira, 20, em evento na cidade de Russas, no Ceará, o valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil, como adiantou o Estadão/Broadcast. Em meio à queda de braço entre as alas política e econômica do governo sobre o formato de financiamento do programa para substituir o Bolsa Família, Bolsonaro, no entanto, mesmo sem explicar a origem dos recursos, prometeu que não vai furar o teto de gastos, regra que limita o avanço das despesas à inflação. "Temos a lei do teto, que respeitamos", afirmou.

"Ontem nós decidimos, como está chegando ao fim o auxílio emergencial, dar uma majoração para o antigo programa Bolsa Família, agora chamado Auxilio Brasil, a R$ 400", declarou o presidente em evento do edital para construção do Ramal do Salgado, um canal do projeto de integração do Rio São Francisco. "Temos a responsabilidade de fazer com que recursos saiam do Orçamento da União, ninguém vai furar teto, ninguém vai fazer nenhuma estripulia no Orçamento. Mas seria extremamente injusto deixar 17 milhões de pessoas com valor tão pouco (sic) no Bolsa Família", acrescentou.

Jair Bolsonaro em evento no Palácio do Planalto na terça-feira. Foto: Joédson Alves/Estadão - 19/10/2021

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Bolsonaro decidiu por um benefício de R$ 400 para o substituto do Bolsa Família até dezembro de 2022, ano em que vai tentar a reeleição. Desse valor, cerca de R$ 200 seriam um pagamento temporário, com metade disso fora do teto de gastos. A possibilidade de furar a regra considerada a âncora fiscal do País causou forte repercussão negativa no mercado financeiro e dentro da equipe econômica.

Apesar da promessa de Bolsonaro, o governo flerta com a flexibilização do teto para justamente conseguir arcar com R$ 400 de benefício. Quando a proposta era de R$ 300, já havia a ideia de limitar o pagamento de precatórios através de uma PEC, justamente pelo espaço reduzido do teto de gastos enquanto o Congresso pressiona por mais emendas parlamentares,

O presidente ainda prometeu a conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco e admitiu que a carga tributária do Brasil está elevada. "Mas, no meu governo, nada foi majorado", disse, sem citar o ajuste para cima no IOF justamente para financiar parte do Auxílio Brasil. / COLABOROU IDIANA TOMAZELLI

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