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Brasil adotará política ortodoxa para a crise, diz analista

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil está se concentrando estritamente em políticas ortodoxas para enfrentar a crise de confiança atual que afetou negativamente os ativos brasileiros nas últimas semanas, disse o economista-chefe do Goldman Sachs, o brasileiro Paulo Leme, citando o presidente do Banco Central, Armínio Fraga. O analista afirmou em comunicado distribuído hoje a investidores que Fraga disse a ele que "o trabalho está progredindo rapidamente" e que o novo acordo com o FMI será anunciado em breve. O presidente do BC também disse a Leme que "o programa estará pronto quando for considerado sólido e digno de crédito". Fraga acrescentou a Leme que 12 de agosto, dia em que a comissão executiva do Fundo entra em recesso, não é um prazo relevante para as negociações com o Fundo. Em comunicados anteriores, representantes do governo brasileiro sugeriram que o novo acordo com o FMI seria anunciado até 12 de agosto, frustrando as expectativas do mercado de que o acordo seja anunciado antes disso. O economista-chefe da Goldman Sachs disse também no relatório que Armínio Fraga manifestou preocupação com as especulações infundadas de que o Brasil poderia adotar controles de capital e buscar uma reestruturação da dívida. "Ele disse que isso nunca esteve e nunca estará entre os instrumentos econômicos do Banco Central e da atual equipe econômica", disse Leme. Ele acrescentou que o presidente do BC se declarou "confiante em que a ajuda financeira e as políticas que estão sendo discutidas com o FMI serão mais do que suficientes para manter o Brasil longe de tais medidas". Fraga, segundo Leme, é contrário a controles de capital e reestruturação de dívidas por razões práticas e filosóficas. O presidente do BC também descartou um calote ou reestruturação da dívida externa, disse o diretor da Goldman. Fraga disse que os compromissos de amortização do governo federal entre agosto e dezembro de 2002 somam US$ 3,66 milhões (US$ 915 milhões com o Clube de Paris). A amortização de bônus em 2003 totaliza US$ 3,7 bilhões, mas Fraga destacou que o programa de recompra vai reduzir o montante no próximo ano. A Goldman Sachs estima a recente recompra de papéis para 2003 em US$ 2,4 bilhões. Leme disse que Fraga também "acredita que os políticos estão cientes e devem concordar com a importância da manutenção de um superávit fiscal primário suficiente para estabilizar a dívida pública líquida".

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