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Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Ainda não é para comemorar, mas é uma informação alentadora

Além da queda da inflação de energia em março, dois outros indicadores mostram que os preços já se reajustam mais devagar

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Atualização:

Queda do preço de energia ajudou inflação  Foto: Estadão

A inflação (evolução do IPCA) de março ficou abaixo da metade da inflação de fevereiro: 0,43% em comparação com 0,90%. No período de doze meses terminado em março, a inflação já caiu abaixo dos dois dígitos, ficou em 9,39%.

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A forte influência da queda das tarifas de energia elétrica em consequência da suspensão da bandeira vermelha (redução da energia de fonte térmica, que queima gás ou óleo combustível) poderia passar a impressão de que a perda de impulso da inflação esteja localizada e que, portanto, teria fôlego curto. Mas dois outros indicadores mostram que os preços já se reajustam mais devagar.

O primeiro deles é redução do impacto da inflação dos serviços, de apenas 0,24%. O outro é a redução do índice de difusão. É o indicador que mostra quantos itens da cesta de consumo apresentaram alta. Depois de passar meses a fio apresentando um índice de difusão acima de 70%, em março esse indicador caiu para 69,4%.

A inflação mais baixa mostra que o ajuste monetário está funcionando. Começa a entrar no radar a perspectiva de baixa dos juros básicos, hoje nos 14,25% ao ano. Em contrapartida, esvazia-se a tese de que a inflação está sob o domínio das contas públicas (domínio fiscal), situação em que a política de juros perde força.

Opinião por Celso Ming

Comentarista de Economia

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