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Bastidores do mundo dos negócios

Crédito ‘podre’ recuou com Desenrola e movimentou R$ 34 bilhões em 2023

Venda de carteiras sofreu impacto do programa federal e dos juros

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Foto do author Matheus Piovesana
Credores vendem carteiras de dívidas vencidas para empresas especializadas em recuperação de créditos Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O mercado de venda créditos inadimplentes, conhecidos como “créditos podres”, movimentou carteiras avaliadas em R$ 34 bilhões no ano passado, de acordo com a Recovery, empresa de recuperação de créditos do Itaú Unibanco. O volume foi menor que o de 2022, de R$ 62 bilhões. De acordo com a empresa, houve um impacto do Desenrola, o programa de renegociação de dívidas do governo federal lançado em julho de 2023 e focado também em créditos vencidos.

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O Desenrola foi prorrogado até 31 de março para a chamada Faixa 1, que negocia através do site do programa. Ainda assim, o CEO da Recovery, Wagner Sanches, afirma que no quarto trimestre do ano passado, houve uma reação nas vendas de carteiras, e que o primeiro trimestre deste ano deve ser mais forte. Ele afirma que o próprio programa pode trazer novas operações ao mercado no final deste ano, e espera que as vendas em 2024 fiquem próximas às de 2022.

Com frequência, bancos, financeiras, varejistas e concessionárias de água, luz e telefone vendem carteiras de créditos vencidos a empresas como a Recovery, que são especializadas em recuperação de crédito. Para os vendedores, é uma chance de ganhar dinheiro com pagamentos que não esperam mais receber. Para os compradores, é uma forma de obter receita caso o cliente pague.

Ao longo de 2023, alguns dos maiores bancos do País afirmaram que outra dificuldade para vender carteiras inadimplentes era a alta dos juros. Com a Selic próxima dos 14% ao ano durante boa parte do período, os compradores passaram a exigir descontos maiores sobre os valores de face das carteiras, para tentar garantir uma rentabilidade maior. Com isso, muitas vendas não aconteceram. Em 2023, foram colocadas à venda créditos avaliados em R$ 62 bilhões.


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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 04/01/24, às 15h33

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