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Bastidores do mundo dos negócios

Living, da Cyrela, amplia área máxima de imóveis e retoma linha de compactos

Movimento segue tendências de consumo, oportunidades de negócios e novas regras

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Foto do author Circe Bonatelli
Atualização:
Estande de empreendimento da Living: marca reponde por 30% do valor geral de vendas do grupo Foto: Melissa Binder Fotografia

A Living, braço da Cyrela para o mercado imobiliário de padrão médio-alto, passou por um ajuste no perfil de seus empreendimentos. O grupo decidiu retomar o lançamento de sua linha de apartamentos compactos, ao mesmo tempo em que aumentou a metragem máxima dos imóveis de outra linha, mais voltada para famílias.

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Esse “estica e puxa” é um movimento de atualização dos produtos e está relacionado às tendências de consumo, às oportunidades de negócios e atualizações regulatórias, afirmou o diretor de incorporação e inovação da Living, Felipe Cunha, em entrevista exclusiva ao Broadcast. “A Living está passando por um reposicionamento do portfólio. O racional aí é oferecer a opção que mais se encaixa ao que é buscado pelo consumidor”.

A Living produz apartamentos com valores na faixa de R$ 750 mil a R$ 1,5 milhão, em São Paulo e no Rio de Janeiro. O teto de preços, agora, deve ficar mais perto de R$ 2 milhões. Segundo Cunha, o motivo é o aumento da área, não dos valores por metro quadrado. Até então, a companhia tinha plantas de até 125 metros quadrados, enquanto nos próximos lançamentos haverá opções que chegarão a 135, 145 e 155 metros quadrados.

Foco em bairros de classe média

Para equilibrar os preços, os lançamentos serão em bairros com mais perfil de classe média, mas ainda assim em zonas centrais e com demanda elevada por moradia, como Mooca, Ipiranga, Anália Franco, Freguesia do Ó, além das franjas de bairros mais nobres, como o Paraíso, por exemplo.

“Vimos que tem um público de renda maior, que busca apartamentos mais confortáveis, só que encontra pouca oferta nesses bairros”, disse Cunha. “Estamos subindo um pouco o tíquete médio, mas não estamos encarecendo o valor do metro quadrado. Brigamos por um bom custo-benefício.”

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Juros estão em patamar elevado

O movimento sugere também que a Living está se ancorando mais nos consumidores de renda um pouco mais alta e que têm maior capacidade de compra. Isso porque os juros do crédito imobiliário estacionaram em um patamar elevado, sem sinais de queda no curtíssimo prazo, dificultando o acesso para a classe média.

Cunha disse que o cronograma de lançamentos foi pensada para ter uma boa velocidade de vendas mesmo nas condições atuais, sem depender de redução dos juros dos financiamentos. “Sabemos que o crédito imobiliário tem seus altos e baixos. Hoje vemos estabilidade. Nos lançamentos, contamos com a affordability (capacidade de compra) de hoje”, ressaltou.

A Living manterá no portfólio opções de plantas de 50 a 60 metros quadrados, a partir de R$ 750 mil, que são os “produtos de entrada” da empresa. É aí que estão os clientes com capacidade de compra mais apertada pelos juros altos. Segundo o diretor de incorporação, os lançamentos aqui serão bem dosados, de olho na velocidade de vendas.

Retomada dos pequenos

Outra parte da revisão do portfólio da Living passa pela retomada da linha chamada de “full”, com apartamentos compactos (de 24 a 29 metros quadrados) em regiões nobres da cidade de São Paulo. Os lançamentos desta linha estavam suspensos desde 2022. Já para 2024, estão previstos quatro projetos, com valor geral de vendas (VGV) de aproximadamente R$ 500 milhões, nos bairros de Pinheiros (já realizado), Brooklin, Berrini e Vila Olímpia.

Além da enxurrada de lançamentos de apartamentos compactos nos últimos anos no mercado paulistano, a Living decidiu postergar seus projetos da linha “full” até que a regulamentação do setor ficasse mais clara, o que acaba de acontecer.

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No começo deste ano, a Prefeitura de São Paulo publicou um decreto esclarecendo que os imóveis classificados como Habitação de Interesse Social (HIS), que contam com incentivos públicos, podem ser vendidos pelas incorporadoras para investidores, desde que a moradia seja destinada a famílias com renda mensal inferior a R$ 8 mil, que são o foco da política pública.

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Esse é o caso da Living, cujos apartamentos compactos são bastante procurados por investidores. “Com a revisão da política pelo decreto, nos sentimos mais confortáveis para voltar a fazer esses lançamentos. E temos bastante demanda”, explicou Cunha. “Agora está claro que pessoas de qualquer renda podem ser proprietárias, desde que faça a locação para o perfil correto.”

Dois lançamentos em 2024

Os lançamentos da Living têm uma participação de 30% do valor geral de vendas (VGV) do grupo todo. Em 2023, isso representou R$ 2 bilhões. Neste ano, a Living já lançou dois empreendimentos, com VGV total de R$ 300 milhões.

Cerca de 50% dos empreendimentos do grupo estão no setor alto padrão e luxo, sob a marca Cyrela, e os demais 20% são de moradias populares, dentro do Minha Casa Minha Vida, com a marca Vivaz.


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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 22/05/24, às 09h00

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