PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Bastidores do mundo dos negócios

Oi pode antecipar vendas de ativos da segunda recuperação judicial

Empresa contratou Citi e BTG para sondar interessados

Foto do author Circe Bonatelli
Por Circe Bonatelli (Broadcast)
ClientCo, unidade de negócios que abriga os ativos da Oi Fibra, tem base de 3,9 milhões de clientes de banda larga Foto: Nacho Doce/Reuters

A Oi pode antecipar as vendas de ativos em seu segundo plano de recuperação judicial, a depender do apetite do mercado, de acordo com fontes. A companhia deu largada ao processo ao comunicar, na quarta-feira, 25, a contratação do Citi e do BTG Pactual como assessores financeiros para sondar interessados na ClientCo, unidade de negócios que abriga os ativos da Oi Fibra.

PUBLICIDADE

Entram aí: a base de 3,9 milhões de clientes de banda larga, os equipamentos instalados na casa dos clientes, os canais de comunicação, vendas, atendimento e os imóveis usados para prestação do serviço. No primeiro semestre deste ano, a receita da Oi Fibra foi de R$ 2,2 bilhões, alta de 18% na comparação anual.

Inicialmente, a Oi projetou para 2025 a venda de 40% de participação na ClientCo, com valor estimado em R$ 4,8 bilhões. Mas o negócio pode acontecer antes se o mercado demonstrar que há apetite para uma transação desse porte. “A priori, entendo que a janela de M&A (fusões e aquisições) seja viável nos próximos dois anos”, afirmou uma fonte do setor, que participa do processo.

Ciclo de queda dos juros é ponto importante

Uma questão importante para este movimento é o ciclo de queda dos juros básicos da economia, que facilita a captação de recursos por parte dos potenciais compradores, seja via tomada de empréstimo ou capitalizações.

Outro ponto é o avanço na consolidação entre os provedores de banda larga. Por anos, empresas pequenas foram compradas pelas grandes, que ocuparam os principais mercados. Agora é a vez da combinação de negócios entre as grandes operadoras. Por fim, a antecipação da venda seria importante para reforçar o caixa da Oi e ajudar no abatimento das dívidas.

Publicidade

Com a contratação dos assessores financeiros, a Oi começa a fazer um market sounding, isto é, uma sondagem do interesse de potenciais compradores, o que ajuda a calibrar com mais precisão as prováveis condições da venda, como tamanho da participação, prazos e valores. Os candidatos naturais para a compra da ClientCo são as grandes teles que já atuam nesse mercado, como Vivo, TIM e Claro.

Provedores regionais correm por fora

Também correm por fora os provedores regionais que vêm ganhando corpo e defendem, inclusive, a possibilidade de um fatiamento da base de banda larga da Oi como forma de evitar concentração de mercado, conforme mostrou o Broadcast em junho.

O market sounding servirá também para a Oi atualizar os parâmetros do plano de recuperação judicial, cuja primeira versão foi apresentada em maio. Segundo fontes, a proposta definitiva deve ser apresentada até o fim do ano, para em seguida ser deliberada na assembleia de credores.

Até lá, o mesmo processo de sondagem pode ser aberto para outro ativo que faz parte das alienações previstas no plano de recuperação judicial. Trata-se da participação na V.tal, empresa que detém a maior rede de fibra ótica do País e que foi desmembrada da Oi no passado. No plano apresentado em maio, a companhia projetou a venda de participação de 14,6% na V.tal, obtendo um total de R$ 14,4 bilhões em duas partes, divididas em 2025 e 2026. A diferença é que a V.tal é uma empresa em fase de maturação, e a sua futura venda envolve valores mais robustos, o que dificulta a antecipação da alienação.



Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 26/10/23, às 12h01.

Publicidade

O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.

Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.