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Bastidores do mundo dos negócios

Salta aguarda janela para IPO com plano de investir R$ 300 milhões em SP

Faturamento anual da empresa se aproxima de R$ 2,4 bilhões

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Por Cynthia Decloedt (Broadcast)
Atualização:
Escolas do grupo Salta têm 130 mil alunos Foto: div

O grupo Salta Educação, focado no ensino básico, vem crescendo a passos largos e consolidando um nicho do ensino que se transformou no “queridinho” do mercado de fusões e aquisições (M&A). Com 130 mil alunos e um faturamento anual se aproximando de R$ 2,4 bilhões, o Salta já ganhou musculatura para ingressar na Bolsa, e não faltam bancos de investimento batendo à sua porta com a proposta de uma futura oferta de ações (IPO, na sigla em inglês).

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“Vamos aguardar a próxima boa janela”, diz o CEO do Grupo Salta Educação, Bruno Elias. Ele diz que o IPO será um catalisador da expansão da rede no Estado de São Paulo, onde o grupo tem identificado os melhores retornos. Elias calcula que o Salta tenha um valor de mercado ao redor de R$ 4,5 bilhões. Uma fatia de 32% da empresa acaba de ser vendida por perto de R$ 1 bilhão.

O único concorrente em Bolsa, no segmento de educação básica, é a Bahema Educação. Mas se trata de um grupo muito menor, com receita líquida reportada no terceiro trimestre de R$ 94 milhões. Ou seja, deve navegar sozinho na Bolsa.

Gera, de Jorge Paulo Lemann, vendeu participação

A venda da participação foi feita pela gestora de “private equity” Gera Capital, que apostou no negócio há dez anos e precisou monetizar parte do investimento. Na transação, entraram as gestoras de fundos de ações Atmos Capital e a de private equity Mission Co – de três ex-sócios da Gávea –, que viram a oportunidade de garantir uma fatia acionária maior na rede, o que não seria possível no IPO.

No resultado final, a Gera, que tem Jorge Paulo Lemann entre seus investidores, permanece com 23% e a gestora de private equity Warburg Pincus, que já estava lá, teve sua participação ampliada para 28%. Atmos e Mission ficam com 19% e 11%, respectivamente, enquanto 9% ficam com os sócios originais.

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O CEO do grupo tem uma estratégia muito clara quando fala sobre o IPO. “É possível levantar capital muito rapidamente e passamos a ter uma referência de valor e uma moeda de troca em transações maiores de M&A”, diz Elias. Isso é importante porque algumas transações de M&A com empresas listadas envolvem ações. Ele conta que, no caso da venda da participação da Gera, foram oito meses de conversações, o que, em sua opinião teria sido mais rápido com uma visibilidade mais clara de preço.

Grupo vai passar de 17 para 22 unidades em SP

A entrada no Estado de São Paulo começou em 2019, com o colégio Elite. Com a aquisição do braço de escolas da Cogna, em 2021, a empresa deslanchou, adquirindo a marca Anglo, que no ano passado ganhou o selo Alante.

Atualmente, o Salta tem 17 unidades no Estado e, até o meio do ano, serão 22, a partir de um investimento de R$ 300 milhões nesse período. O negócio com a Cogna envolveu a exclusividade na marca Anglo. A intenção do grupo é fazer aquisições de mais escolas privadas, além de ampliar as redes Anglo Alante e Elite em São Paulo.

Desde que a Gera Capital fez seu primeiro aporte no Salta, a rede passou de duas marcas – Pensi e Elite – para 22 marcas de escolas de ensino no Brasil. Ao todo, o Salta tem 185 unidades no País e chegará ao fim deste ano com 191 em carteira.

Para Elias, não existem muitas barreiras à consolidação no segmento de escolas de ensino básico, com mensalidades que variam de R$ 1 mil a R$ 3 mil ao mês. “A competição maior se dá nas escolas ‘premium’, com parcelas mensais acima de R$ 4 mil”, diz ele. Segundo Elias, no Brasil, existem 43 mil escolas privadas, o que torna as possibilidades de negócios promissoras, especialmente com a estratégia de transformação delas ao perfil de suas marcas.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 28/02/24, às 18h19

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