EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Bastidores do mundo dos negócios

Sky passa por transformação e terá banda larga à frente da TV paga

Companhia pretende migrar para serviços de internet e streaming

PUBLICIDADE

Foto do author Circe Bonatelli
Por Circe Bonatelli (Broadcast)
Gustavo Fonseca, presidente da Sky: TV por assinatura vai servir a um segmento cada vez menor Foto: Arquivo Pessoal

A Sky está passando por uma transformação profunda no seu modelo de negócios. A empresa, sinônimo de TV por assinatura no Brasil, caminha para se tornar uma provedora de banda larga. A previsão é que a receita de internet fixa supere a de TV paga em um período de até cinco anos, estima o presidente da companhia, Gustavo Fonseca. “Nossa visão é migrar para o serviço de conectividade e streaming”, conta, em conversa com a Coluna.

PUBLICIDADE

Em parte, o motivo para essa transformação é óbvia. O mercado de TV por assinatura tem sido espremido pelos serviços de streaming de vídeo. O setor tem hoje 10,4 milhões de assinantes, contra 14,8 milhões em 2020. No caso da Sky, são 3,2 milhões. É a segunda maior depois da Claro, com 5,3 milhões. Fonseca não acredita que o serviço vai morrer, mas sabe que a queda é irreversível. “A TV por assinatura vai servir a um segmento cada vez menor”, estima.

A companhia está impulsionando também seu próprio serviço de streaming e TV ao vivo, o Sky+. O aplicativo reúne os canais de televisão e conta com parcerias com plataformas como Paramount, HBO Max, Star+ e Disney. A ideia é permitir que as pessoas possam consumir seu conteúdo preferido como preferirem, seja na TV ou no celular. O Sky+ tem crescido bem, segundo Fonseca, mas ainda não é suficiente para compensar a perda de assinantes da televisão.

Grupo lançou a marca Sky Fibra

Neste cenário, em 2022, o grupo decidiu entrar no mercado de banda larga, com a marca Sky Fibra. Atualmente, o serviço está disponível em 195 cidades, e a intenção é chegar a 300 até o fim do ano. O grupo tem 48 mil clientes em internet fixa, um número ainda discreto. Mas a visão é de que há muito potencial para crescer.

A atuação da Sky no setor é baseada no uso das redes de fibra ótica de terceiros, sem que a empresa tenha que investir na implantação de infraestrutura por conta própria. A companhia firmou contrato com empresas fornecedoras de redes, como a Fibrasil, a American Tower, a I-Systems e, mais recentemente, a V.tal.

Publicidade

“A grande barreira de entrada para banda larga era o investimento em rede. Mas o jogo virou. Agora há empresas que oferecem a rede, ela é aberta”, disse Fonseca. “A próxima barreira será a aquisição de clientes, mas nisso somos craques”, emendou, citando a marca forte e a possibilidade de oferecer internet aos clientes de TV.

Empresa quer mudança de perfil na Anatel

Um sinal da transformação do negócio, a Sky pediu à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para deixar de ser considerada uma prestadora com poder de mercado significativo (baseado no seu porte atuando com TV paga) e ser vista como uma prestadora de pequeno porte (pela banda larga), o que, se confirmado, lhe dará acesso a benefícios fiscais, como já acontece com os provedores regionais de internet.

A próxima grande tacada para a Sky Fibra ganhar musculatura pode ser a compra da base da Oi Fibra. A empresa é uma das proponentes pelo ativo, que será fatiado em lotes regionais, apurou a Coluna. A disputa envolve outros nomes fortes como Vero, Alloha, Alares, Ligga, entre outras. Sobre esse tema, a Sky não faz comentários.


Este texto foi publicado no Broadcast no dia 02/04/24, às 15h04

O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.

Publicidade

Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.