Mesmo em um ano de consumo de produtos lácteos abaixo do esperado pela indústria, a Catupiry, marca tradicional do setor, prevê faturar R$ 1,2 bilhão em 2023, ou 15% a mais do que no ano passado. Daniel Zanuto, diretor financeiro, diz que o resultado será garantido com o lançamento e a diversificação de produtos, que devem impulsionar as vendas. “Não ficamos restritos apenas aos lácteos; estamos investindo também em salgados, como pão de queijo, que já tem grande representatividade no faturamento.” As vendas externas, sobretudo para os Estados Unidos, também contribuirão para o desempenho. “Mas o principal mercado ainda é o interno, com requeijão e derivados.
Começo de ano lento, mas otimista
A Catupiry havia inicialmente planejado aumentar em 18% a produção este ano, mas, com a fraca demanda interna, revisou para 15%. Mesmo assim, não reduziu a captação de leite a partir de quatro fábricas: Bebedouro (SP), Santa Fé do Sul (SP), Santa Vitória (MG) e Doverlândia (GO).
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De olho no produtor
A indústria láctea firmou, ainda, parceria com a Rúmina, fintech que oferece crédito aos pecuaristas com a solução Rúmicash. “A ferramenta é importante e, só no âmbito da parceria, já teve 80 produtores assistidos”, diz Zanuto. A plataforma quer liberar R$ 200 milhões em crédito e encerrar 2023 com 11 mil produtores.
Comprovado
O total de soja certificada no Brasil no padrão RTRS, que verifica 107 indicadores sociais, trabalhistas e ambientais, cresceu 49,5% em 2022. Foram 5,3 milhões de toneladas, 85% dos 6 milhões certificados no mundo. O crescimento foi acima da média dos últimos anos, de 10%, diz Cid Sanches, consultor externo da Associação Internacional de Soja Responsável. Os produtores certificados no País cresceram 40%, a 279.
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Cliente manda
Sanches diz que a demanda por sustentabilidade e rastreabilidade da soja é crescente e ganha força com a nova lei aprovada na União Europeia, que proíbe a importação de commodities oriundas de áreas desmatadas, legal ou ilegalmente. “O padrão RTRS pode ser usado para comprovar conformidade com a legislação.” A RTRS também criou, no fim de 2021, a certificação para milho. Só no primeiro ano, o volume certificado no Brasil foi de 489,8 mil toneladas, de um total de 653 mil, incluindo Argentina e Uruguai.
Mais perto
A Sompo Seguros, que há um ano fez acordo de venda de seguros de varejo (auto, residência, vida) com a HDI, a fim de focar no agronegócio e corporativo, firmou parceria com a AgTech Garage, hub de inovação em Piracicaba (SP). Está nos planos, além de troca de conhecimento, lançar desafios a startups para o desenvolvimento de soluções para seguros voltados ao campo.
A galope
A Sompo está na 3.ª posição em seguros para máquinas agrícolas e na 11.ª para proteção de lavouras. Em 2022, cresceu, nesses ramos, 46% e 43%, respectivamente. No 1.º trimestre, já supera em 68,4% o valor das apólices de seguros de máquinas vendidos em igual período de 2022, com R$ 106,5 milhões. No agrícola, a alta foi de 121,8%, a R$ 29,9 milhões. Para 2023, a expectativa é crescer cerca de 40% e 18% nos segmentos.
Na estrada
A Freto, marketplace que conecta caminhoneiros às cargas, prevê concluir nos próximos meses uma segunda rodada de investimento. Para Thomas Gautier, o CEO, um novo aporte deve acelerar iniciativas para crescer a base de clientes, acrescentar produtos e funcionalidades e ampliar o Clube da Estrada, plataforma de relacionamento com caminhoneiros com 8 lojas em 6 Estados.
De olho lá fora
O marketplace, que tem mais da metade das transações no agro, vê oportunidade de atuar na América Latina. “Por enquanto o foco é Brasil, mas essa pode ser uma agenda factível em até dois anos”, diz.
Agrishow mostra maior apetite por consórcio
O produtor lançou mão sobretudo dos consórcios para comprar máquinas e equipamentos agrícolas na Agrishow, em Ribeirão Preto. Com recursos públicos limitados, juros altos e necessidade de planejamento dos agricultores, bancos apostaram na modalidade, mais acessível. E se surpreenderam com a demanda, em detrimento de linhas tradicionais.
Governo repõe e vai ampliar número de adidos agrícolas
A Agricultura está selecionando 9 adidos agrícolas para representar o Brasil no exterior. Para 2024, a expectativa é abrir mais dez postos e chegar a um total de 39. “Eles atuam em aberturas de mercado até promoção comercial”, diz Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais da pasta.