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Exportação do agro aos países árabes cresce com recuperação econômica

O Brasil deve faturar 10% mais com a exportação de produtos agrícolas aos países da Liga Árabe neste ano, segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira

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Foto do author Isadora Duarte
Por Isadora Duarte (Broadcast), Clarice Couto e Leticia Pakulski
Atualização:

O Brasil deve faturar 10% mais com a exportação de produtos agrícolas aos países da Liga Árabe neste ano. Segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, a ideia é repetir o avanço de 2021, quando as vendas brasileiras às 22 nações do bloco geraram receita de US$ 8,92 bilhões. Tamer Mansour, secretário-geral da Câmara, diz que a rápida recuperação econômica desses países em meio à ampla vacinação contra a covid-19 tende a manter o crescimento na comercialização. “Podemos contar com a estabilidade dos países do Golfo e também dos que estão retomando a economia, como Líbia, Iraque e Iêmen”, diz. Açúcar, frango, milho, carne bovina e soja lideram a cesta de produtos, com potencial de avanço em algodão, café e frutas.

Uma série de eventos previstos para este ano na região deve contribuir para elevar a demanda por alimentos com maior público local. Mansour cita pelo menos três: a Expo 2020 Dubai – até 31 de março–, a COP27 no Egito e a Copa do Mundo no Catar.

Frango é um dos principais itens na pauta entre o Brasil e a Liga Árabe; tendência é de mudança com maior exportação de milho Foto: Neco Varella /AE

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Os países árabes querem importar mais alimentos industrializados do Brasil. “Vemos espaço para produtos de alto valor agregado, como cortes nobres bovinos, processados de frango, achocolatados, biscoitos, laticínios, orgânicos”, diz Mansour. Mas nos próximos 4 a 5 anos a pauta será concentrada em commodities.

Otimismo

A Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (Coopavel) espera a retomada do setor de carnes a partir do segundo semestre. “A perspectiva é de um período melhor, puxado pelo menor custo de produção com entrada da segunda safra de milho e pelo aumento nas vendas de carne suína e de frango”, diz o presidente Dilvo Grolli. Até agora, o mercado das proteínas não acompanha o elevado custo. Neste ano, as carnes devem representar 32% do faturamento da cooperativa, estimado em R$ 6 bilhões.

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Cauteloso

Um segundo semestre um pouco mais aquecido deve permitir à Coopavel repetir o volume comercializado em 2021, de 140 mil toneladas de frango e 52 mil toneladas de suínos. Com o mercado ainda em retomada, a cooperativa não prevê investimentos nos frigoríficos neste ano. A atual capacidade de abates é de 270 mil suínos e 3 mil aves por dia.

No limite

A paulista MP Agro, que fabrica implementos para distribuição de fertilizantes e correção de solo, corre para elevar a capacidade produtiva. A empresa deve concluir em setembro a ampliação da fábrica em Ibaté (SP) para duplicar a produção em três a cinco anos – no ano passado foram 500 equipamentos. “Se já tivesse essa estrutura, poderia crescer este ano mais do que os 30% previstos”, diz Daúd Falconi, diretor comercial da empresa. Em 2021, o faturamento subiu quase 100%.

Ambas ganham

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Além da alta rentabilidade obtida por agricultores com as vendas de commodities, o resultado da MP Agro em 2021 refletiu o retorno positivo de clientes à parceria com a sueca Hexagon, de soluções para planejamento e controle de operações agrícolas, diz Falconi. A Hexagon quer ampliar o número de parceiros como a MP Agro – fabricantes de implementos, concessionárias e cooperativas –, de 350 no ano passado para 500 em 2022, conta Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura.

Pé no freio

 A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) adiou para a safra 2022/23 a adoção do blue card, uma espécie de visto que vai atestar a qualidade da pluma exportada. A expectativa inicial era de que o selo estivesse em vigor para o algodão 2021/22, que será colhido a partir de julho. “Estamos finalizando o projeto de autocontrole da qualidade junto com o governo e temos de afinar o sistema para garantir a credibilidade e que seja inviolável”, diz Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa.

Árabes querem exportar mais adubos ao Brasil

A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira se reuniu com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na quinta-feira (10) para tratar de aumento das vendas de fertilizantes. Osmar Chohfi, o presidente, conta que nesta semana embaixadores levantarão detalhes de oferta de empresas árabes para tentar suprir o País com adubos antes vindos da Rússia.

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Diesel é novo baque no custo da safra 2022/23

O custo da safra 2022/23 de algodão está 45% mais alto e pode subir com o reajuste do diesel, diz Júlio Cézar Busato, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão. “No cloreto de potássio (fertilizante) o aumento chega a 400%, os defensivos subiram 25% e agora tem o combustível.”

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