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Desemprego recua para 12,5%, mas País tem recorde de desalentados e subocupados

No trimestre encerrado em abril, população desocupada atingiu 13,2 milhões de pessoas, aponta o IBGE

RIO - A taxa de desemprego no País ficou em 12,5% no trimestre encerrado em abril, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta sexta-feira, 31, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população desocupada chega a 13,2 milhões de pessoas.

Crise no mercado de trabalho, com alto desemprego e subutilização da mão de obra, está generalizada em todo o País. Foto: Carl de Souza/AFP

O resultado ficou dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 12,30% e 12,80%, com mediana de 12,60%.

Em igual período de 2018, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,9%. No trimestre até março, a taxa foi de 12,7%.

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A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.295 no trimestre encerrado em abril, com alta de 0,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 206,817 bilhões, aumento de 2,8% ante igual período do ano anterior.

Enquanto 552 mil pessoas se somaram ao contingente de desempregados, o País abriu 74 mil novos postos de trabalho em um trimestre

Segundo a pesquisa, faltou trabalho para um montante recorde de 28,372 milhões de pessoas no País no trimestre encerrado em abril. A taxa composta de subutilização da força de trabalho aumentou de 24,2% no trimestre até janeiro para 24,9% no trimestre até abril.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até abril de 2018, a taxa de subutilização da força de trabalho estava mais baixa, em 24,5%.

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Desalento e subocupação têm recorde

A pesquisa registrou ainda uma população recorde de 4,875 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em abril. O resultado significa 202 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, 199 mil pessoas a mais caíram no desalento.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

Outro recorde foi a taxa de subocupação por insuficiência de horas, que ficou em 7,6% no trimestre até abril, ante 7,3% no trimestre até janeiro. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Em todo o Brasil, há um recorde de 6,996 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas.

Na passagem do trimestre até janeiro para o trimestre até abril, houve um aumento de 223 mil pessoas na população nessa condição. Em um ano, o País ganhou mais 745 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas.

Indústria contrata 170 mil empregados 

O segmento de informação, comunicação e atividades financeiras contratou mais 122 mil funcionários. Também houve absorção de trabalhadores em transporte (+92 mil), indústria (+170 mil), outros serviços (+38 mil) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+92 mil).

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Por outro lado, houve corte de trabalhadores no período nas atividades de construção (-173 mil), comércio (-186 mil trabalhadores), alojamento e alimentação (-19 mil), serviços domésticos (-43 mil) e agricultura (-31 mil). 

Os resultados divulgados na última quinta pelo IBGE mostraram que o PIB da indústria caiu 0,7% no primeiro trimestre de 2019 ante o quarto trimestre do ano passado, marcando o pior desempenho desde o quarto de trimestre de 2016. Pela ótica da oferta, o resultado foi o principal responsável pela queda de 0,2% no PIB brasileiro