PUBLICIDADE

Publicidade

Dólar sobe com corrida aos bancos argentinos

Os argentinos estão tirando cada vez mais dinheiro do país, e o sistema financeiro está próximo do limite. Sem ajuda do exterior, o governo precisará reagir em breve. O dólar comercial para venda subiu para R$ 2,4860, os juros do DI a termo de um ano caíram para 24,130% ao ano e a Bovespa caiu 0,08%.

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar da entrevista da equipe econômica para explicar os detalhes do acordo brasileiro com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a notícia do dia foi a forte queda nas reservas argentinas. Os dados divulgados hoje pelo Banco Central da Argentina deram conta de que as reservas internacionais do país somavam US$ 17,35 bilhões no dia 3 de agosto (sexta-feira passada), de US$ 17,96 bilhões no dia anterior, ou seja, uma queda de US$ 610 milhões, a maior desde o início da crise. Segundo analistas, o limite do sistema financeiro é de US$ 15 bilhões. Se essa fronteira for atingida, o país quebrou e o governo poderá ter de tomar medidas drásticas, como a desvalorização cambial e a moratória da dívida. Há um mês, as reservas somavam US$ 21,92 bilhões, caindo para US$ 21 bilhões no dia 16 de julho e chegando a US$ 19,75 bilhões no dia 23. O ritmo de saída de recursos está crescendo rapidamente e depende exclusivamente da percepção de risco da população. O dólar, que abriu o dia em queda, ainda em função do acordo com o FMI, começou a subir na expectativa da entrevista à tarde, e reforçou a alta com os números argentinos. A percepção dos investidores é que deve haver um choque inicial nos mercados brasileiros no caso de uma ruptura traumática no país vizinho, mas a recuperação deve ser rápida, principalmente por causa do reforço de US$ 15 bilhões garantido pelo acordo. Já em setembro, estará disponível a primeira parcela de US$ 4,6 bilhões. Na entrevista, aliás, a equipe econômica não trouxe muitas novidades, procurando demonstrar as garantias que a ajuda financeira do FMI traz para o País. Os principais destaques foram o aumento na meta de superávit nas contas públicas já para esse ano, de 3% para 3,35% do PIB e a manutenção da proibição ao Banco Central (BC) de intervir nos mercados de derivativos, o que restringe o espaço de manobra do BC, mas traz mais segurança às atuações do órgão. Fechamento dos mercados O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,4860, com alta de 1,02%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 24,130% ao ano, frente a 24,200% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,08%. O índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires fechou em alta de 1,62%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 0,55%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em queda de 0,32%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.