Empresas de tecnologia que desaparecem tão rapidamente como surgiram. Esse é o drama de consumidores que adquirem novidades da Internet, seduzidos pelas facilidades que as companhias prometem, e depois têm de enfrentar os problemas com a vida curta dos produtos e das próprias empresas. A MyWeb é um caso típico. Seu produto, uma caixinha que permitia o acesso à Web usando a TV como monitor, foi lançado em abril. A empresa queria vender 300 mil aparelhos em 2000. Vendeu 6 mil, e os sócios decidiram fechá-la. Agora, as pessoas que compraram o aparelho sofrem com a falta de ajuda especializada. Um jogo de empurra marca a relação entre os consumidores e os fornecedores do serviço técnico. "O site da MyWeb diz para procurarmos o iG, mas eles não atendem a gente - nem eles, nem a assistência técnica, nem a MyWeb", conta Narcizo Gouvea Júnior, que convenceu seis amigos a comprar o aparelho e ouve as reclamações deles até hoje. Quem consegue ligar para a assistência técnica, a Picolli Service, também reclama. "Fomos contratados pela MyWeb para consertar os aparelhos enquanto vigorar a garantia", defende o gerente de Contratos da empresa, Rogério Zanon. Mas as dúvidas sobre configuração são encaminhadas pelos técnicos para o iG que, por sua vez, remete novamente ao escritório da MyWeb. Para quem se sentir lesado pelo MyWeb, a saída é contratar um advogado e abrir um processo contra a empresa. Em termos financeiros, pode não valer a pena, pois os honorários podem ultrapassar o valor gasto com o aparelho. Nem o Procon pode ajudar: no caso de falência, os consumidores em busca de indenização têm de entrar na fila para receber.