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EUA: Fed mantém taxa de juros entre 5,25% e 5,5% pela quinta vez consecutiva

Anúncio do banco central americano nesta quarta-feira, 20, seguiu a expectativa do mercado financeiro

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Por Redação
Atualização:

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, decidiu manter nesta quarta-feira, 20, a taxa básica de juros americana no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano, pela quinta vez consecutiva. Ela permanece no maior patamar desde 2001.

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A decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), unânime, confirmou a expectativa do mercado financeiro, que previa a extensão do ciclo de pausa. O Fomc destacou que não espera que seja apropriado reduzir as taxas de juros até que se ganhe maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à meta de 2%.

Em comunicado, o comitê disse que continuará a reduzir a sua fatia em títulos do Tesouro e de agências, além de ativos garantidos por hipotecas de agências, conforme descrito em seus planos anunciados anteriormente. O órgão repetiu que está fortemente empenhado em fazer com que a inflação regresse à meta de 2%.

Anúncio do banco central americano nesta quarta-feira, 20, seguiu a expectativa do mercado financeiro. Foto: Joshua Roberts / Reuters

O Fomc diz ainda que está preparado para ajustar a sua diretriz de política monetária conforme apropriado se surgirem riscos que possam impedir o alcance dos objetivos do comitê.

O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a inflação nos Estados Unidos desacelerou, mas segue muito elevada e, portanto, o caminho da política monetária no país ainda é “incerto”. “A inflação ainda é muito elevada e estamos vendo progressos em seu processo de desaceleração. Não está garantido (progresso em andamento) e o caminho a seguir é incerto”, disse.

Segundo ele, o Fed segue focado em seu duplo mandato para emprego e inflação. “Nossa postura tem colocado pressão de baixa na atividade e na inflação”, acrescentou. Também em linha com as expectativas de Wall Street, o BC dos EUA manteve a projeção de três cortes de juros para este ano, a despeito de uma inflação resistente e o forte crescimento da economia americana.

“Dirigentes em geral revisaram para cima projeções de crescimento”, destacou Powell. A projeção do Fed para o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) foi elevada para 2,6%, de 2,4% em dezembro. O indicador exclui itens voláteis como os preços de alimentos e energia. Por sua vez, a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA subiu para 2,1% contra 1,4%, nesta ordem.

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Powell afirmou que será adequado relaxar a política monetária nos Estados Unidos em algum momento neste ano, caso o quadro da maior economia do mundo permaneça à frente. As decisões de juros no país, porém, seguirão sendo tomadas a cada reunião, conforme ele.

“Juros devem estar em seu pico neste ciclo. Queremos ter mais confiança de que inflação segue para nossa meta de 2%”, disse. O presidente do Fed afirmou ainda que as projeções econômicas divulgadas nesta quarta serão “adequadas”, conforme o quadro econômico nos EUA evoluir. “A trajetória da política monetária será ajustada conforme apropriado para promover os nossos objetivos de máximo emprego e estabilidade de preços”, afirmou.

Expectativa para o futuro

Com a nova manutenção da taxa básica de juros, a expectativa do mercado é que o ciclo de queda tenha início nos próximos meses. A indefinição, no entanto, é um fator que tem gerado incerteza no mercado externo.

A chance de os juros começarem a cair em junho nos EUA aumentou, depois da decisão do Fed desta quarta-feira. A probabilidade de o corte vir ao final do semestre subiu a 73,6%, de 64,7% antes do anúncio, segundo monitoramento do CME Group.

O cenário de cortes acumulados de 0,75 ponto porcentual ao longo do ano se manteve como o mais provável. Sua probabilidade passou de 34,5% para 34,3%. Em segundo lugar, a chance de cortes de 1 ponto porcentual até o fim do ano avançou de 24,1% a 28%.

O gráfico de pontos do Fed mostra que a maioria dos dirigentes do Fed vê o juro entre 4,50% e 4,75% no fim de 2024./Aline Bronzati, André Marinho, Francine De Lorenzo, Gabriel Bueno da Costa, Gabriel Tassi Lara, Maria Lígia Barros e Patricia Lara

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