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Professor de Finanças da FGV-SP

Um bilhão de mulheres não são atendidas pelo setor financeiro. A boa notícia é que isso está mudando

Caso as mulheres participassem de forma igual aos homens, poderiam ser acrescentados US$ 12 bilhões ao PIB anual global até 2025

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Foto do author Fabio Gallo

Hoje, são quase um bilhão de mulheres ao redor do mundo que não são atendidas ou são mal atendidas pelo setor financeiro, segundo dados do Women’s World Banking, organização sem fins lucrativos dedicada à segurança e prosperidade das mulheres. Elas formariam o terceiro maior país do mundo. Situação que não permite às mulheres atingirem o seu pleno potencial econômico.

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Segundo ainda a mesma entidade, há uma oportunidade de receitas inexploradas de US$700 bilhões anuais para as instituições financeiras. Caso as mulheres participassem de forma igual, poderiam ser acrescentados US$ 12 bilhões ao PIB anual global até 2025.

Várias pesquisas feitas no Brasil confirmam a desigualdade de gênero no mundo financeiro. O Raio X do Investidor Brasileiro 2023, publicado pela Anbima, apurou que 33% das mulheres investem ante 40% dos homens. A boa notícia é que só em 2022 houve um crescimento de 6 pontos porcentuais na participação das mulheres nos investimentos.

Para as mulheres da periferia o problema é mais evidente. A pesquisa Finanças na Periferia, realizada pela Serasa Experian e pelo Instituto PiniOn revelou que apenas uma em cada 10 moradoras da periferia afirma estar satisfeita com sua vida financeira, e há falta de interesse por educação financeira. Os dados mostram que 44% delas afirmam se interessar e buscar informações sobre o assunto, mas nos centros urbanos o número sobe para 64%.

Para captar recursos com investidores, é importante o empreendedor ser transparente. Foto: Steve Buissinne/Pixabay

Não somente como cliente, mas também como profissionais a desigualdade de gênero existe no mundo das finanças. Em 2023, um estudo publicado pela professora Cláudia Yoshinaga, da FGV, indica que as mulheres trabalham mais e ganham menos no mercado financeiro brasileiro.

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Por outro lado, recentemente uma parceria entre o Tesouro Nacional e o Banco do Brasil lançou o projeto Educa+Mulher para incentivar as mulheres a investirem, assim buscando sua independência financeira e autonomia econômica.

A proposta é que as mulheres com idade entre 16 e 75 anos invistam a partir de R$35 no título de renda fixa Tesouro Educa+, com a finalidade custear seus estudos. Ao fazer esse aporte elas serão automaticamente incluídas na apólice do BB Seguro de Vida Mais Mulher, protegendo as beneficiárias em caso de uma eventual perda inesperada no investimento, além de programa de educação financeira. Mas, essa modalidade somente estará disponível até o dia 29 de fevereiro.

O investimento no Educa+ é feito por meio de uma aplicação mensal durante certo período, e após a data de conversão o investidor começa a receber fluxos mensais por um prazo de cinco anos. É possível que o interessado faça uma simulação no portal do Tesouro Direto. É importante entendermos que a inclusão financeira é um dos motores do crescimento econômico.

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