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FMI vê necessidade de US$ 600 bi em novos recursos para combater crise

Não está claro de onde qualquer dinheiro adicional viria, mesmo que o fundo pedisse por uma injeção de recursos

Por Clarissa Mangueira e da Agência Estado
Atualização:

WASHINGTON - Os funcionários do Fundo Monetário Internacional (FMI) estão estudando maneiras de aumentar os cofres da instituição o suficiente para que possa "cumprir suas funções e representar um papel pleno e construtivo para assegurar a estabilidade global", afirmou a diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde.

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O FMI estudou durante meses como aumentar seus cofres e alertou que as necessidades de pacotes de socorro emergenciais ao redor do mundo em meio ao crescimento da crise da dívida da zona do euro podem ser menos importantes que a base de caixa existente da instituição. Até agora, o Fundo não conseguiu convencer o G-20 a fazer uma promessa firme de dinheiro.

Segundo os cálculos do Fundo, a necessidade de recursos para combater a crise da dívida da Europa chega a US$ 600 bilhões. Com a contribuição esperada de € 200 bilhões (US$ 250 bilhões) da União Europeia, o resto do mundo precisa contribuir com US$ 350 bilhões, ressaltou uma fonte.

Os governos da zona do euro já tinham concordado durante cúpula no mês passado em contribuir com € 150 bilhões. Espera-se que o Reino Unido e outros governos da UE que não usam o euro concordarão em contribuir com € 50 bilhões adicionais como parte do acordo global para aumentar o caixa do Fundo.

O conselho do FMI pediu que os funcionários da instituição estudassem maneiras sobre como aumentar a capacidade de financiamento após a revisão de um relatório sobre a adequação da base de recursos existentes. "A administração e os funcionários do FMI vão explorar opções para aumentar o poder de fogo do Fundo, mediante garantias adequadas", disse Lagarde em um comunicado enviado por e-mail.

Não está claro de onde qualquer dinheiro adicional viria, mesmo que o fundo pedisse por uma injeção de recursos. Nem o FMI esclareceu publicamente o quanto pode precisar.

Os EUA, maior contribuinte do FMI, disse que não vai desembolsar mais dinheiro do que já emprestou ao Fundo. Alguns legisladores estão pressionando para que o governo revogue um empréstimo de € 100 bilhões feito ao FMI em 2009 para uma reserva de emergência. O Tesouro dos EUA estava planejando usar esse dinheiro para cumprir o compromisso dos EUA, previsto para este ano, a fim de dobrar a base de recursos normal do Fundo.

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"O maior desafio é responder à crise de maneira adequada e muitos diretores-executivos salientaram a necessidade e a urgência de esforços coletivos para conter a crise da dívida na zona do euro e proteger as economias ao redor do mundo das repercussões e contrações excessivas de produção e renda", destacou Lagarde no comunicado.

Fundo quer expandir recursos em US$ 1 trilhão, diz fonte

O FMI propõe uma expansão de US$ 1 trilhão em seus recursos para empréstimos com o objetivo de proteger a economia global contra uma piora na crise de dívida da zona do euro, afirmou a agência de notícias Bloomberg, citando uma fonte do G-20.

O Fundo estaria pressionando China, Brasil, Rússia, Índia, Japão e os países exportadores de petróleo a serem os maiores contribuintes para o fundo. A reportagem também afirma que o FMI quer que um acordo seja assinado na reunião dos ministros de Finanças do G-20 marcada para 25 e 26 de fevereiro. As informações são da Dow Jones.

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