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Geração de emprego nos EUA fica estagnada em agosto

Por LUCIA MUTIKANI

A geração de emprego nos Estados Unidos ficou estagnada em agosto, com a queda da confiança do consumidor desmotivando as empresas a contratar e mantendo a pressão para que o Federal Reserve dê mais estímulos monetários à economia. O número de postos de trabalho ficou estável, informou o Departamento de Trabalho dos EUA nesta sexta-feira. É o pior resultado desde setembro de 2010. A abertura de vagas de junho e julho foi revisada para mostrar 58 mil postos de trabalho a menos. Apesar da ausência de geração de novas vagas em agosto, a taxa de desemprego ficou estável, em 9,1 por cento. A taxa de desemprego deriva de outra pesquisa (com famílias ou invés de empresas), que mostrou aumento do emprego e da taxa de participação na força de trabalho. Embora os dados destaquem a fragilidade da economia, a queda da contratação não deve ser vista como sinal de recessão, pois as demissões não estão subindo tanto. Uma greve de cerca de 45 mil funcionários da companhia de telecomunicações Verizon contribuiu para reduzir em 48 mil o emprego no setor de serviços de informação. Os números fracos, porém, podem dar justificativa para autoridades do banco central norte-americano que, na reunião de agosto, estavam dispostos a fazer mais para ajudar a economia. O Fed reduziu o juro básico para quase zero em dezembro de 2008 e comprou 2,3 trilhões de dólares em ativos até agora. Muitos analistas dizem que o arsenal de medidas do BC está esvaziado agora, embora esperem mais ações para estimular o crescimento. EVITANDO A RECESSÃO Ainda que a contratação tenha esfriado, há pouco sinal de que as empresas tenham reagido às perspectivas econômicas negativas com a demissão de funcionários. O número semanal de pedidos de auxílio-desemprego tem oscilado em torno de 400 mil há semanas. O auxílio-desemprego estável, o gasto relativamente forte do consumidor, a demanda continuada por produtos manufaturados e aumentos na produção industrial sugerem que a economia deve evitar uma recessão. "Nós não esperamos que a economia encolha, mas que desacelere e cambaleie um pouco", disse Patrick O'Keefe, diretor de pesquisa econômica da empresa de contabilidade J.H. Cohn em Roseland, New Jersey. Porém, analistas alertam que a economia está tão fraca que qualquer novo choque pode fazê-la desabar. No primeiro semestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu a uma taxa anual de menos de 1 por cento, uma notícia ruim para os 14 milhões de norte-americanos sem trabalho. Se a geração de postos de trabalho não acelerar, pode levar mais de quatro anos para se voltar ao nível de emprego pré-recessão. Em agosto, o setor privado gerou apenas 17 mil empregos, após 156 mil em julho. O governo cortou 17 mil vagas, registrando demissões pelo 10o mês seguido. O declínio no emprego no governo foi amenizado pelo retorno de 23 mil funcionários públicos de Minnesota, após a paralisação parcial do governo em julho. Os detalhes do relatório de emprego foram fracos. O setor manufaturerio cortou 3 mil empregos, refletindo o tombo da confiança empresarial. As fábricas adicionaram 36 mil posições em julho, com o fim das interrupções na produção de veículos, que foram desencadeadas após o terremoto no Japão. A semana média de trabalho caiu de 34,3 para 34,2 horas, a menor desde janeiro. O salário médio por hora caiu três centavos.

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