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Brasileiros são os mais otimistas com economia circular na América Latina

Prática também é vista como o melhor modelo econômico para atender às necessidades das pessoas

Foto do author Beatriz  Capirazi
Por Beatriz Capirazi

O brasileiro é mais otimista com a economia circular do que o restante da América Latina. Essa é a conclusão de levantamento realizado pela empresa de logística CHEP e obtido pelo Estadão em primeira mão, que aponta que 35% da população brasileira vê progresso nesse tema, contra 22% dos países vizinhos.

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A economia circular é um conceito que associa o desenvolvimento econômico de um país ao melhor uso de recursos naturais através de uma mudança nos processos de fabricação e em novos modelos de negócios, priorizando matérias-primas que sejam mais duráveis e renováveis.

Com este ideal, um produto, por exemplo, não terá o fim de sua vida útil após ser comprado e usado por uma família. A ideia é que ele seja transformado em um novo produto pela indústria, otimizando e aumentando o seu uso.

A pesquisa, que apresenta resultados sobre hábitos de consumo sustentável na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Peru, aponta que embora a população brasileira adote mais práticas sustentáveis da pauta de economia circular do que seus pares internacionais, o termo em si ainda é amplamente desconhecido nacionalmente.

Seguindo a Argentina, o Brasil é o segundo país com maior desconhecimento do termo “economia circular”. De acordo com a pesquisa, 15% dos Brasileiros desconhecem o termo, enquanto 12% o associam a cuidar dos recursos naturais e do meio ambiente.

Prática também é vista como o melhor modelo econômico para atender às necessidades das pessoas  Foto: Divulgação/eureciclo

Esse desconhecimento é refletido também em outros países da América Latina, que demonstram que sabem pouco da pauta em termos técnicos, mas estão dispostos a fazer algo. Segundo a pesquisa, 8 em cada 10 pessoas na América Latina estão dispostas a contribuir para uma economia circular.

Em contrapartida, menos da metade sabe efetivamente como fazê-lo na prática, demonstrando que embora a pauta tenha ganhado as rodas de conversas empresariais, a população em si ainda desconhece termos técnicos do assunto.

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Brasil é engajado com ações práticas

Embora o país, em sua maioria, desconheça o termo técnico, a maioria da população adota práticas sustentáveis no dia a dia, se engajando na doação de objetos sem uso ou na reciclagem, ações que também se enquadram na pauta de economia circular.

O levantamento aponta que 77% das pessoas no Brasil doam itens que não usam, como roupas e brinquedos, contra 66% em toda América Latina. Outros hábitos de economia circular também se destacaram no Brasil, como, por exemplo, o hábito de reciclar (68%) e reparar (54%) objetos.

“É contraditório que eles não entendam o termo técnico, mas pratiquem. Quando você entra no termo, é subjetivo. Quando você explica, as pessoas já conhecem as práticas. O que falta é explicar um pouco mais, mostrar exemplos, o que se pode fazer de forma prática e simples. Pensar no meio ambiente”, afirma o gerente da cadeia de suprimentos da CHEP, Marcel Lopes.

Marcel Tulio Lopes, Sr Manager, Supply Chain da CHEP Foto: Divulgação/CHEP

Economia circular como modelo econômico

A pesquisa ainda demonstra que a população identifica a economia circular como o melhor modelo econômico para atender às necessidades das pessoas, ao mesmo tempo em que protege o meio ambiente, com uma aprovação de 84%.

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Outro ponto de destaque na pesquisa é a responsabilidade do governo na implementação destas práticas. 70% dos entrevistados aponta a importância de que esta pauta seja tratada pelo poder público, seja por meio de incentivos ou outras práticas que ajudem a difundir a pauta.

Em seguida, os entrevistados (47%) apontam que a indústria e o varejo são responsáveis por garantir uma economia circular na sociedade. Para Lopes, essa consciência é essencial para progredirmos, considerando que as empresas que compõem a cadeia produtiva são responsáveis por grande parte do resíduo gerado na sociedade.

“As empresas têm um papel crucial. Não adianta exigir da população se desde a fabricação a gente não tem essa consciência. Como as empresas podem ajudar? Redesenhando toda forma de fabricação, que eles pensem na reciclabilidade, na extração da matéria-prima ao invés de só pensar em vender”, afirma o porta-voz da CHEP.

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Embora as empresas que compõem a cadeia produtiva e o poder público sejam vistos como os maiores responsáveis pela difusão, 46% dos entrevistados reconhecem sua própria responsabilidade em agir para uma economia mais circular.

A pesquisa faz parte de um projeto global da CHEP, o Planeta Circular que visa educar um milhão de pessoas sobre economia circular até 2025 através da promoção de conteúdos da área, com conteúdos escritos, vídeos e desafios de perguntas.

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