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Transição do governo vai cancelar plano de Bolsonaro de privatizar a Dataprev

José Pimentel, ex-senador do Ceará pelo PT e membro do grupo técnico da transição, disse que prioridade é retirar estatal de tecnologia do processo de privatização e montar plano para reestruturação tecnológica do órgão federal

Foto do author André Borges
Atualização:

A equipe de transição do governo Lula vai propor o cancelamento do processo de privatização da Dataprev, empresa de tecnologia que administra os pagamentos de aposentadoria e pensões. O governo Jair Bolsonaro havia incluído a estatal entre aquelas empresas públicas que deveriam ser privatizadas.

A informação foi dada por José Pimentel, ex-senador do Ceará pelo PT. Segundo Pimentel, que foi ministro da Previdência Social durante o governo Lula e deputado federal por quatro mandatos consecutivos, essa é a prioridade do governo, com o fortalecimento da área de tecnologia do órgão.

José Pimentel, ex-senador do Ceará pelo PT e ex-ministro da Previdência Social: "governo Bolsonaro fez um verdadeiro desmonte nesta pasta" Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

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“A nossa prioridade vai ser melhorar o atendimento. Retirar a Dataprev da privatização e qualificar a tecnologia da informação da Dataprev. Isso resolve e melhora muito”, disse Pimentel, ao chegar no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde se encontra com membros do grupo técnico responsável pela área da previdência social.

Segundo o ex-ministro, é necessária reestruturar a Dataprev para zerar a fila de pedidos do INSS, que hoje chega a cerca de 2 milhões de pessoas. “Em 2009 tinha 60% dos benefícios da previdência eram concedidos em até 30 minutos, através do reconhecimento automático do direito previdenciário. Isso foi desativado. É o problema”.

“Não é recriar nada de novo, é reativar as coisas novas que foram desativadas. Hoje nós temos 2 milhões de pessoas na fila da previdência social. Temos 7 mil militares contratados para resolver isso, mas não resolveu. Esse é o diagnóstico das filas e do mau atendimento.”

A gestão Jair Bolsonaro, segundo Pimentel, fez um “desmonte” do antigo Ministério da Previdência social. O Ministério em si foi aglutinado à pasta do trabalho, enquanto o INSS seguiu como autarquia e a Dataprev repassada ao Ministério da Economia, para ser privatizada. “Ficou toda fragmentada. A primeira grande preocupação é saber quem são os que estão na fila e que tem direito à previdência, que funciona como um seguro, as pessoas pagam e tem direito a receber.”

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