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Atividade econômica cresce apenas 0,01% em abril e fica abaixo das expectativas do mercado

Analistas esperam resultado negativo para o segundo trimestre, sobretudo pela tragédia do Rio Grande do Sul

BRASÍLIA - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), ficou praticamente estável em abril e cresceu apenas 0,01%, na série livre de efeitos sazonais. Em março, houve uma retração de 0,34% antes da revisão. Após o ajuste apresentado hoje, o recuo foi de 0,36%.

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De março para abril, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 148,36 pontos para 148,38 pontos na série dessazonalizada. Com isso, o resultado é o pior desde janeiro, quando também pontuou 148,36.

O dado do IBC-Br veio pior que a mediana das expectativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,40% no indicador no mês. No geral, o intervalo aguardado ia de queda de 0,12% a crescimento de 0,80%.

Já na comparação entre os meses de março de 2024 e de 2023, houve avanço de 4,01% na série sem ajustes sazonais. Esta série registrou 154,72 pontos no quarto mês do ano, o melhor desempenho para meses de abril da série histórica do BC iniciada em 2003.

Tragédia no Rio Grande do Sul deve afetar atividade econômica do segundo semestre Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

O indicador de abril ante o mesmo mês de 2023 ficou pior que a mediana de alta de 4,20% da pesquisa do Projeções Broadcast. As expectativas coletadas no levantamento variavam de retração de 0,30% até elevação de 5,40%.

O IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. Atualmente, o BC prevê crescimento de 1,9% para o PIB deste ano, enquanto o governo projeta avanço de 2,5%.

O resultado abaixo do esperado refletiu o recuo de 0,5% na produção industrial em abril, avalia o economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo. “Esperávamos que serviços e varejo servissem de subsídio para o indicador”, afirma.

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Apesar do desempenho favorável do setor de serviços e do varejo restrito no mês, a expectativa para maio é de uma queda no nível da atividade econômica, pelos efeitos do desastre climático no Rio Grande do Sul. “Será um mês bastante turbulento”, frisa.

Galhardo ressalta que os impactos econômicos ainda são incertos, mas enumera setores que já sentem os primeiros efeitos da tragédia em indicadores coincidentes. “Veremos impactos na indústria automotiva, no agro e um impacto de logística”.

O economista pondera, no entanto, que o esforço de reconstrução do Estado deve trazer números positivos no curto prazo. “A retomada pode trazer uma recuperação ‘em v’ no período”, ressalta. Galhardo projeta, por ora, crescimento de 0,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, com viés de baixa. Para o ano, a projeção é de crescimento de 2,1% da atividade.

Para o economista-chefe do Banco BMG, Flavio Serrano, o índice tende a registrar um resultado negativo no segundo trimestre, sob os impactos da tragédia no Rio Grande do Sul. Preliminarmente, ele projeta queda de 0,6% para o indicador no período, na margem.

Para maio, afirma Serrano, a tendência é que o indicador volte a terreno negativo. “Muito provavelmente teremos produção industrial, varejo e serviços negativos ou fracos”, detalha o economista, que frisa que o volume de serviços deve ser especialmente impactado. Para o ano, Serrano projeta crescimento de 1,9% para o PIB, sem viés.

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