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Infraero rejeita proposta da Vasp

A idéia era que a Infraero aceitasse um deságio de 65% dos R$ 900 milhões correspondentes à dívida da companhia, que seria paga em 15 anos

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, informou nesta terça-feira que a empresa não aceitou o plano para a recuperação da Vasp. Ele deu tal declaração após participar do conselho administrativo da Infraero com o ministro da Defesa, Waldir Pires. Havia sido proposto o pagamento de uma dívida de R$ 900 milhões com a Infraero sob deságio de 65%, em 15 anos. Após ser iniciada às 10h40, com quase duas horas de atraso, a assembléia dos credores foi interrompida para que a Infraero analisasse a proposta. A volta do encontro serviu apenas para representantes do fundo de previdência da companhia, o Aeros, pedirem a suspensão e a retomada do encontro dentro de um mês. Ficou decidido que a nova reunião será em 26 de julho, também na sede da companhia, em São Paulo. No dia 19 de julho, os principais credores da aérea terão um encontro reservado para debater novas propostas apresentadas pelos interventores judiciais da empresa. Segundo o brigadeiro, o que a Infraero sugere é que um novo plano seja apresentado em uma nova assembléia onde a Vasp, além da recuperação judicial, mostre consistência em propostas para que a Vasp possa voltar a operar. Ele também sugeriu que a Vasp abra mão de rotas e considerou importante que a empresa não tenha dívidas com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Além disso, destacou, a empresa deve apresentar capacidade de pagar o que deve. De acordo com o brigadeiro, a dívida da Vasp com a Infraero é hoje de quase R$ 1 bilhão (R$ 960 milhões). Contradizendo o anunciado pela companhia, ele informou que empresa propôs pagar R$ 300 milhões em 15 anos. "Não aceitamos deságio. Aceitar deságio de principal, nem pensar. Inclusive, é ilegal", disse o brigadeiro. O interventor judicial da Vasp, Raul Medeiros, declarou que a empresa também propôs à BR Distribuidora, da Petrobras, outro grande credor, o pagamento da dívida de aproximadamente R$ 400 milhões com deságio de 60%. Operação A companhia aérea parou de operar em janeiro de 2005 e está sob intervenção judicial desde março do ano passado. Os interventores pediram a recuperação judicial e o pedido foi aceito em outubro passado. O plano prevê a separação da empresa em duas partes: uma operacional e outra para administrar os ativos e as dívidas. A parte que ficar com os ativos e dívidas terá o FIPs. Os credores poderão trocar dívidas por cotas dos fundos, que incluirão ativos como imóveis e eventuais créditos obtidos na Justiça. Caso a empresa consiga aprovar o plano de recuperação, o passo seguinte será buscar investidores. Injeção de recursos Em março deste ano, os credores aprovaram a injeção de recursos de aproximadamente R$ 6 milhões para dar continuidade às operações da empresa e pagar um time de 350 funcionários que trabalham com os interventores judiciais. Barsanti afirma que está recebendo pagamentos com os recursos que foram liberados. Embora não realize mais vôos, a Vasp continua a funcionar com esse pequeno grupo de funcionários e tem contas a pagar.

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