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Investimento no pré-sal combate a crise, diz Dilma

Ministra descarta adiamento de projetos e diz que o País pode aproveitar oportunidade para se sair melhor

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem que os investimentos no pré-sal configuram "um dos principais fatores anticrise no Brasil". "A nossa decisão de manter os investimentos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e do pré-sal é eminentemente anticíclica e, mais que isso, estamos possibilitando que o Brasil aproveite a oportunidade da crise para se sair melhor", afirmou a ministra, para quem "o pior da crise já passou". Entrevistas: o caminho até as reservas do pré-sal Dilma e o diretor de exploração e produção da Petrobrás, Guilherme Estrella, declararam que, apesar da crise e da queda do preço do petróleo - que em quatro meses passou de US$ 145, em julho, para US$ 49, 19, anteontem - não há planos de adiar os projetos do pré-sal. "Toda a programação está mantida, não tem nenhum tipo de mudança", frisou Estrella, que esteve com a ministra na entrega, à diretora de gás e energia da estatal, Graça Foster, do prêmio Equilibrista do Ano, do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças. Segundo a ministra, a decisão de manter os investimentos tem objetivo de "impedir que a crise econômica, que não surgiu no nosso seio, traga efeitos dramáticos para o País". "Não adianta ficar imobilizado diante da crise. Quem tiver investimentos novos vai sair na frente, e é absolutamente imprescindível que este País invista não somente na indústria do petróleo, mas num modelo que vise ao crescimento industrial." Dilma disse que a Petrobrás pode concluir seu plano de investimentos para os próximos cinco anos em reunião de Conselho de Administração, marcada para o dia 28. Inicialmente prevista para agosto, a divulgação do plano foi adiada quatro vezes, e a expectativa agora é que ocorra na primeira quinzena de dezembro. A empresa alega que esperava maiores definições sobre dois pontos-chave na elaboração do plano: o preço do petróleo e a taxa de câmbio. Contrariando expectativas de analistas, a ministra avalia que "o pior da crise econômica já passou". "Atravessamos uma turbulência, mas a crise entrou numa nova fase", comentou. Segundo seu raciocínio, as medidas tomadas pelos bancos centrais já estão surtindo efeito, não há mais perspectivas de grandes falências e o governo brasileiro agiu na hora certa com medidas eficazes para impedir grandes efeitos. "A grande diferença com relação a outras crises é que agora o Brasil não quebrou. Em outras vezes, o governo era parte do problema, ao invés de ser parte da solução", comparou a ministra. Para ela, o melhor caminho agora é apostar a ampliação do mercado interno e nas exportações para países em desenvolvimento, menos afetados pela crise, que hoje representam 50% das vendas brasileiras no exterior.

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